O fã de Rúgbi e do esporte brasileiro foi surpreendido nesta terça-feira com a indicação de Thalia Costa à melhor jogadora do Circuito Mundial da modalidade – ou nem tanto. Boa temporada das Yaras até aqui, apesar da não classificação para o Finals, passa pelas mãos da maranhense que teve seu primeiro contato com a bola oval aos 20 anos. Para Thalia, a indicação serve como termômetro do quanto o esporte evoluiu no país.
“Vejo isso como uma forma de mostrar a grande evolução do Rugby Brasileiro, essa conquista não é só minha o time todo faz parte disso. Eu poderia ficar aqui escrevendo muitas coisas que possa definir como me senti ou como estou me sentindo, mas a verdade é que palavra nenhuma define a grandeza que é a indicação desse prêmio”, disse a dona de 29 tries na campanha brasileira no SVNS.
Mesmo que o desempenho de destaque tenha a credenciado a ser indicada, Thalia não escondeu a surpresa ao ver seu nome entre as finalistas do prêmio, já que de acordo com ela, não haviam rumores de que ela estaria entre as três.
“Eu realmente não esperava por essa indicação, não ouvi nenhum rumor. Foi totalmente inesperado, no momento que eu vi a indicação pelo celular eu fiquei anestesiada, tinha acabado de acordar e fiquei em choque, estou assim até agora, ainda não acredito que fui indicada para esse prêmio”, revelou a referência do ataque brasileiro.
Um dos lances mais icônicos de sua temporada histórica, passou por um feito coletivo ainda mais histórico das Yaras no circuito: a vitória diante da temida Austrália. Na ocasião, Thalia viralizou nas redes sociais com um lance capital no final da partida, onde ela consegue recuperar a bola em um tackle na última ação australiana. Apesar do número de tries que também a colocou entre as três maiores pontuadoras do campeonato, a sua participação defensiva não era seu ponto forte, como ela mesmo disse.
“Meus tries sempre foram os lances que mais repercutiram na minha carreira, ter um lance meu de defesa repercutindo em uma vitória inédita só mostra que posso ser mais que uma atleta que só faz try, posso ser uma arma na defesa também”.
Thalia também contou o que passou na cabeça dela naquele momento: “é até engraçado falar desse lance, antes do tackle eu não sabia que estávamos na frente no placar por 2 pontos, na minha cabeça estávamos perdendo e na hora que a adversária furou a linha eu só pensava ‘preciso dificultar o try dela, pois precisamos do ponto bônus defensivo’, eu queria fazer ela ir mais para lateral do ingoal, comecei a correr e fui percebendo que estava chegando perto, fiz o tackle, pesquei a bola e vi o placar e o tempo que faltava para o jogo acabar, ali eu percebi que estávamos na frente e que era a última bola, sentir um turbilhão de sentimentos, quis chorar, gritar, comemorar, desfrutar de uma vitória que buscamos por muito tempo”, descreveu ela.
A concorrência da brasileira é de alto nível, já que a neozelandesa Jorja Miller e a australiana Madisson Levi também estão entre as finalistas. Thalia argumenta que algumas conquistas pessoais podem pesar na balança e agirem como diferencial na hora da nomeação.
“Fui a primeira brasileira a chegar na marca dos 100 tries e estar nas top 3 maiores pontuadoras do circuito mundial. Tudo isso mostra minha evolução e trajetória dentro do rugby, conheci o rugby aos 20 anos em um país onde o rugby é pouco conhecido e praticado” elencou a camisa 5.
A vencedora será anunciada no dia 4 de maio, no encerramento do circuito, na cidade de Los Angeles.
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