
Profissionais da educação das redes estadual e municipal de ensino participaram, na manhã desta quarta-feira (23), de um ato público na Avenida JK, em Palmas. A mobilização integra a 26ª Semana Nacional em Defesa e Promoção da Educação Pública e marca a adesão da categoria à paralisação nacional convocada pela Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE).
O protesto teve início na Avenida JK e seguiu em direção à sede da Prefeitura de Palmas, encerrando-se em frente à Assembleia Legislativa do Estado do Tocantins. O movimento reivindica melhores condições de trabalho e valorização dos profissionais da educação.
Segundo o Sindicato dos Trabalhadores em Educação no Estado do Tocantins (Sintet), mais de 50% das escolas da capital aderiram ao movimento. Só na rede municipal, aproximadamente 40 unidades escolares não funcionaram nesta quarta-feira.

“Nossa luta busca chamar a atenção do prefeito de Palmas, Eduardo Siqueira Campos, para as necessidades dos profissionais da educação, que reivindicam direitos como a data-base dos anos de 2024 e 2025, o reajuste do piso do magistério e a adequação urgente da quantidade de profissionais necessários para o bom funcionamento das escolas. Chega de déficit e sobrecarga — a educação não pode esperar do jeito que está”, afirmou Fábio Lopes, presidente do Sintet Regional de Palmas.
De acordo com o sindicato, as escolas de Palmas enfrentam um grave déficit de profissionais, o que tem resultado em sobrecarga de trabalho e adoecimento de servidores. A sindicalista, diretora do Sintet Regional de Palmas, Rose Marques, destacou a urgência da convocação dos aprovados no concurso público: “A educação sangra e sangra devido à falta de gestão democrática nas escolas, do déficit de profissionais, da sobrecarga, do estresse. É necessário e urgente convocar os aprovados”.
Na rede estadual, os profissionais também cobraram a aprovação do Plano de Cargos, Carreira e Remuneração (PCCR), além de se posicionarem contra o decreto estadual que aumentou a taxação do plano de saúde dos servidores — o SERVIR em relação aos dependentes indiretos. O pagamento da data-base também está entre as principais reivindicações.

O presidente estadual do Sintet, José Roque Santiago, ressaltou a importância de reorganizar o orçamento público, defender o financiamento da educação e promover justiça social. “É preciso taxar os super-ricos para garantir uma melhor distribuição de renda. O Congresso tem engessado o orçamento e precisamos mudar isso. Quanto ao PCCR, estamos cobrando agilidade na tramitação do processo. Sabemos da ansiedade da categoria, mas seguimos acompanhando os trâmites necessários. A luta em defesa da valorização da nossa carreira continua, tanto pelos ativos quanto pelos aposentados”, disse.
Além de Palmas, os municípios de Monte do Carmo, Miracema do Tocantins, Rio Sono e Arapoema também aderiram à paralisação. Em Miracema, apesar de não ter ocorrido ato público durante o dia, está marcada uma assembleia da categoria às 18h na sede local do Sintet.
Para Carlos Furtado, secretário-geral do Sintet e diretor da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE), a paralisação representa um momento pedagógico e de resistência. “O que vimos hoje foi uma grande aula, uma aula na rua, onde os professores e demais profissionais da educação puderam expressar sua indignação e clamar em defesa dos seus direitos”, destacou.
A polícia militar e agentes de trânsito municipal Palmas deram suporte à segurança do movimento que durou aproximadamente quatro horas. A estimativa é que mais de quatrocentas pessoas participaram da manifestação.

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Fonte: Sintet