Carros híbridos-leves são eletrificados? ABVE diz que não

A Associação Brasileira do Veículo Elétrico (ABVE) anunciou uma mudança significativa na classificação dos carros eletrificados no país. A partir de agora, os veículos híbridos-leves, conhecidos pela sigla MHEV, não serão mais considerados eletrificados pela entidade. A decisão afeta modelos como Fiat Pulse e Fastback Bio Hybrid, além do Kia Stonic, que deixarão de integrar as estatísticas oficiais de eletrificação.

Pontos Principais:

  • Híbridos-leves (MHEV) foram retirados da lista de eletrificados.
  • Apenas veículos BEV, PHEV e HEV são considerados eletrificados pela ABVE.
  • Critério inclui apenas modelos com motorização elétrica acima de 60V.
  • Decisão busca tornar os dados sobre eletromobilidade mais precisos.

A medida tem como objetivo fornecer um panorama mais preciso sobre o avanço da eletromobilidade no Brasil. A ABVE informou que apenas veículos com motorização elétrica acima de 60V e tração independente farão parte da contagem oficial. Dessa forma, os MHEV foram automaticamente excluídos, já que possuem baterias de até 48V e não têm capacidade própria de movimentação.

A mudança considera apenas veículos com motorização elétrica acima de 60V e tração independente. Agora, apenas BEV, PHEV e HEV fazem parte da categoria oficial de eletrificados no país.
A mudança considera apenas veículos com motorização elétrica acima de 60V e tração independente. Agora, apenas BEV, PHEV e HEV fazem parte da categoria oficial de eletrificados no país.

Essa decisão ocorre em um momento de crescente oferta de modelos híbridos no mercado. Lançamentos recentes, como os Fiat Pulse e Fastback Hybrid, utilizam um sistema de 12V que oferece até 10% de economia de combustível e redução das emissões de CO². A expectativa é que a Stellantis adote essa tecnologia em outros modelos, como Peugeot 2008 e veículos da Citroën.

Nova metodologia de classificação

A mudança na metodologia da ABVE redefine os critérios para um veículo ser considerado eletrificado. A partir de agora, serão incluídos apenas os seguintes tipos de motorização:

  • BEV (Battery Electric Vehicle) – Modelos 100% elétricos
  • PHEV (Plug-in Hybrid Electric Vehicle) – Híbridos plug-in, que podem ser recarregados em tomada
  • HEV e HEV Flex – Híbridos autorecarregáveis, incluindo os flex

Os MHEV, por sua vez, foram removidos da lista, pois não possuem bateria de alta tensão nem sistema de tração elétrica independente. Segundo a ABVE, essa atualização permitirá que os dados sobre veículos eletrificados no Brasil reflitam melhor o impacto desses modelos na redução das emissões de CO² e na transição energética.

Essa exclusão segue uma tendência observada em outros mercados. Em diversos países, os híbridos-leves são classificados separadamente dos eletrificados, uma vez que sua contribuição para a eletrificação da frota é limitada. A nova metodologia, segundo a ABVE, alinha o Brasil a padrões internacionais e melhora a transparência nos relatórios de mercado.

Impacto no mercado automotivo

A decisão da ABVE pode impactar fabricantes que investem em híbridos-leves como alternativa para melhorar a eficiência dos veículos a combustão. Modelos como Fiat Pulse e Fastback Hybrid, que utilizam um sistema MHEV de 12V, agora serão classificados apenas como veículos convencionais com assistência elétrica.

Essa mudança pode influenciar o desenvolvimento de novas tecnologias por parte das montadoras. Com a exclusão dos MHEV da categoria de eletrificados, as fabricantes podem redirecionar seus investimentos para tecnologias híbridas mais avançadas ou modelos 100% elétricos.

Outro impacto possível está na percepção do consumidor. A exclusão dos híbridos-leves da categoria de eletrificados pode gerar dúvidas entre os compradores sobre as vantagens desses modelos em relação aos veículos híbridos convencionais ou totalmente elétricos. As montadoras terão o desafio de reposicionar esses veículos no mercado e destacar suas vantagens dentro da categoria dos carros a combustão com assistência elétrica.

Objetivo da nova classificação

A ABVE justificou a mudança afirmando que os MHEV não possuem a mesma capacidade de redução de emissões de CO² que os modelos BEV, PHEV e HEV. A nova metodologia busca evitar distorções nos dados de eletromobilidade e garantir que apenas veículos que efetivamente contribuem para a eletrificação da frota sejam contabilizados.

De acordo com Ricardo Bastos, presidente da ABVE, a atualização permite que os indicadores reflitam com maior precisão a evolução do mercado. “A nova metodologia garante que os futuros dados mostrem com maior precisão o desempenho dos modelos que efetivamente contribuem para a redução das emissões de CO²”, afirmou Bastos.

Com essa mudança, os relatórios e estudos de eletromobilidade passarão a considerar apenas veículos com tração elétrica independente e baterias de alta voltagem. O objetivo é apresentar um panorama mais fiel sobre a adoção da tecnologia elétrica no país e facilitar a definição de políticas públicas voltadas à mobilidade sustentável.

Perspectivas para o setor

A exclusão dos MHEV pode influenciar futuras regulamentações e incentivos governamentais para veículos eletrificados. Com a nova classificação, as políticas públicas voltadas à eletrificação podem priorizar modelos BEV, PHEV e HEV, deixando os híbridos-leves de fora de eventuais benefícios fiscais ou programas de incentivo.

A mudança também pode acelerar o desenvolvimento e a adoção de novas tecnologias no Brasil. As montadoras terão que avaliar suas estratégias e decidir se continuarão investindo nos MHEV ou se irão migrar para soluções mais alinhadas à nova classificação da ABVE.

Independentemente do impacto imediato, a nova metodologia estabelece um novo padrão para a categorização dos veículos eletrificados no país. Essa decisão pode influenciar não apenas as montadoras, mas também concessionárias, consumidores e órgãos reguladores, redefinindo a maneira como a eletromobilidade é medida e incentivada no Brasil.

Fonte: Terra e Abve.

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