Circuito Itinerante de Arte Urbana e Digital leva cultura de Palmas ao Brasil

Circuito Itinerante de Arte Urbana e Digital – Foto – Webert da Cruz

Projeto fomenta arte, cultura e tecnologia com apoio da Funarte, Ministério da Cultura e Governo Federal

Educadores tocantinenses deram início ao Circuito Itinerante de Arte Urbana e Digital (Ciaud), uma iniciativa que busca promover o diálogo entre arte, cultura e tecnologia, transformando os espaços visitados em verdadeiros laboratórios de troca, acesso e produção artística. O projeto de arte educação tem apoio da Política Nacional Bolsa Funarte de Artes Visuais Marcantonio Vilaça 2023, pela Fundação Nacional de Arte (Funarte), Ministério da Cultura (MinC) e Governo Federal.

A primeira ação ocorreu em Ceilândia, no Distrito Federal, com a exposição de arte Tecnosfera (18 a 27 de janeiro). A mostra propõe uma reflexão sobre os contrastes entre o avanço tecnológico e a conexão com o meio natural. Inspirada no conceito de Milton Santos, aborda temas como tecnologia, cultura, trabalho, saúde e meio ambiente, convidando o público a repensar a relação entre progresso e natureza. Durante o evento, foi realizada uma oficina teórico-prática de stencil (20 a 25 de janeiro). Para Brian Castro, artista e educador proponente do circuito, juntamente com os educadores Felipe Severiano, Tiago Wender e Layza Martins, a escolha dos territórios é significativa. “Nosso trabalho destaca o norte no Planalto Central, furando a bolha do eixo Rio-São Paulo. O Tocantins, que antes era parte do estado de Goiás, era conhecido como ‘corredor da miséria’ devido ao esquecimento por parte do poder público. Ainda hoje carregamos resquícios dessas memórias, mas também temos riquezas naturais, culturais e a resistência do nosso povo. Esse é um trabalho essencialmente tocantinense”, explica.

Arte e educação para as periferias

Um dos principais objetivos do CIAUD é conectar comunidades periféricas às linguagens da arte contemporânea, promovendo formação artística e ampliando o acesso cultural. Em Ceilândia, a parceria com o Ponto de Cultura Filhos do Quilombo, que carrega um legado de resistência, resultou na construção do zero da estrutura que sediou as atividades e seguirá como patrimônio para a continuidade de práticas culturais ali já realizadas, a exemplo da capoeira.

Thiago Dutra, o mestre Lagartixa, responsável pelo Ponto de Cultura, destacou a importância da ocupação cultural na região. “Quando a gente ocupou essa área há 15 anos, foi porque Ceilândia era carente de espaços culturais. Aqui apoiamos o reggae, a cultura africana, a cultura indígena e sempre trabalhamos com parceiros que querem transformar a periferia onde moramos. A realização foi uma luta, é fácil chegar a um lugar onde tudo está pronto, mas o CIAUD escolheu estar aqui e isso é uma troca de vivência”, afirmou.

Próxima parada: Belém

Em julho de 2025, o circuito segue para Belém do Pará, onde será apresentada a exposição Psicoesfera, também de Brian Castro. A cidade, rica em expressões culturais, receberá ainda uma oficina prática de colagem digital, fortalecendo a conexão entre territórios e linguagens artísticas que dialogam com tradições e inovações contemporâneas.

Para acompanhar as próximas ações do projeto, os interessados podem seguir o perfil @circuito_de_arte.br no Instagram.

Instagram: https://www.instagram.com/circuito_de_arte.br/

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