Nissan em crise: ‘Temos 12 ou 14 meses para sobreviver’

Em meio à crise, a Nissan busca um investidor-âncora para sobreviver no mercado, em um ano que parece decisivo para sua vida.

Segundo divulgado pelo Financial Times, fontes dizem que a montadora estaria buscando um acionista estável e de longo prazo, como um banco ou grupo de seguros, para substituir parte da participação acionária da Renault, que estaria vendendo o restante de sua participação na Nissan.

“Temos 12 ou 14 meses para sobreviver”, disse um alto funcionário próximo à Nissan, à reportagem do jornal britânico.

Vale lembrar que no final do ano passado, o Renault Group já havia reduzido 28,4% de sua participação na Nissan, restando apenas 15%.

Logotipos da Renault, Nissan e Mitsubishi em novembro de 2018 – AFP/Arquivos

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Parceria com a Honda

Ao que parece, a montadora finalizou os termos de sua nova parceria de veículos elétricos com a, até então, arquirrival Honda.

Além disso, pessoas próximas à Renault disseram que ela estaria aberta a vender uma parte de suas ações na Nissan para a Honda, como parte de uma reestruturação de sua aliança com a Nissan, de 25 anos.

No início do ano, a Nissan e a Honda anunciaram um acordo para explorar uma aliança estratégica em veículos elétricos e outras áreas.

“Para acelerar ainda mais os esforços rumo à neutralidade de carbono e zero vítimas de trânsito, será essencial fortalecer as tecnologias ambientais e de eletrificação, assim como o desenvolvimento de software”, afirmaram em um comunicado conjunto.

“As duas empresas chegaram a um entendimento baseado na convicção de que é necessário combinar os seus pontos fortes e explorar a possibilidade de colaborações futuras”, acrescentaram.

Os analistas consideram que esta medida procura diminuir a diferença com os seus concorrentes chineses no mercado de veículos elétricos, onde os fabricantes japoneses estão atrasados após anos de aposta em veículos híbridos.

As gigantes japonesas Nissan e Honda concordaram em explorar uma parceria estratégica em veículos elétricos – AFP

Crise

Recentemente, a Nissan confirmou que vai colocar em prática o plano de ações “modo de emergência”, que comtempla reduções significativas na produção e em postos de trabalho, para tentar reverter um cenário negativo com vendas em queda e dificuldades financeiras.

Nos Estados Unidos, por exemplo, o fabricante confirmou que reduzirá sua produção em 17% na comparação com 2023. Além disso, a Nissan pretende cortar também 9 mil postos de trabalho em todo o mundo.

Segundo a empresa, essa redução visa “ajustar-se melhor às tendências de mercado e à demanda por seus modelos”. Essa estratégia deve permanecer em vigor até, pelo menos, março de 2025.

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