França revela primeiras imagens da Catedral de Notre Dame restaurada após incêndio

Local recebeu uma visita do presidente francês, Emmanuel Macron, oito dias antes de sua reabertura oficial ao público. Presidente francês, Emmanuel Macron, visita a Catedral de Notre Dame, em Paris, dias antes da reabertura ao público
STEPHANE DE SAKUTIN/Pool via REUTERS
A catedral de Notre Dame de Paris revelou, nesta sexta-feira (29), sua nova imagem ao mundo, cinco anos depois de um incêndio devastador. O local recebeu uma visita do presidente francês, Emmanuel Macron, oito dias antes de sua reabertura oficial ao público.
Antes do retorno dos turistas de todo o mundo à obra-prima da arte gótica, canais de televisão franceses e internacionais transmitiram a visita de Macron e mostraram o interior restaurado.
“É sublime”, afirmou o presidente ao ver a catedral, que considerou “muito mais acolhedora” após a limpeza da sujeira acumulada durante décadas em suas pedras.
O público ainda deve esperar pouco mais de uma semana para visitar a catedral. As cerimônias religiosas e laicas de reabertura estão previstas para 7 e 8 de dezembro, antes da abertura das portas para o mundo.
A França convidou diversos líderes estrangeiros, mas ainda não é possível saber quem comparecerá às cerimônias. O papa Francisco já anunciou que não estará presente.
A presidência francesa fez diversos elogios para apresentar a visita: “brilho”, “fascinação”, vista “impactante”, “fogos de artifício coloridos”, entre outros.
As chamas do incêndio de 15 de abril de 2019 devastaram o telhado e a estrutura da catedral, um dos monumentos mais visitados da Europa. Sua icônica agulha, construída por Viollet-le-Duc no século 19, desabou e foi reconstruída de forma idêntica.
As imagens do incêndio, que não teve as causas identificadas, chocaram o mundo. Macron prometeu reabrir o local em cinco anos, o que gerou certo ceticismo na época.
Agora, ele apresenta a reabertura como o ponto culminante de um ano de “orgulho francês”, após o sucesso dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos de Paris-2024 e em um momento em que ele está politicamente enfraquecido.
A visita permitiu a descoberta desde a esplanada até a estrutura do telhado.
“Vocês veem a catedral como nunca a tinham visto”, afirmou Philippe Jost, coordenador pela restauração, durante a visita.
“Me lembro como se fosse ontem que a Pietá foi a única que emergia” dos escombros, lhe respondeu o presidente, acompanhado de sua esposa, Brigitte Macron, e do arcebispo de Paris, Laurent Ulrich.
Doações financiaram restauração
As 2.000 pessoas que contribuíram para a restauração foram convidadas para essa visita, e 1.300 estiveram presentes.
“Esta última visita às obras é uma oportunidade de agradecer aos que trabalharam nela, dos carpinteiros aos pedreiros, dos arquitetos aos arqueólogos”, disse Macron.
O presidente também prestará homenagem aos colaboradores financeiros, já que o projeto custou cerca de 700 milhões de euros (cerca de R$ 4,4 bilhões) e foi financiado exclusivamente por doações.