Criança agredida pelos pais aos 40 dias de vida em Rio Preto teve paralisia cerebral, não consegue andar e falar


O casal acusado de cometer as agressões é submetido a júri popular nesta quinta-feira (28) em São José do Rio Preto (SP). Casal é preso após agredir filha de um mês em São José do Rio Preto (SP)
Arquivo Pessoal
A criança agredida pelos pais aos 40 dias de vida em São José do Rio Preto (SP), no início de 2023, teve paralisia cerebral e não consegue falar e andar. O casal acusado das agressões é submetido a júri popular nesta quinta-feira (28), desde às 10h, no Fórum. Guilherme Vieira Soares, de 29 anos, e Kelly Andressa da Silva Conceição, de 25 anos, estão presos desde o dia 13 de fevereiro daquele ano.
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O caso chegou ao conhecimento da polícia no dia 7 de fevereiro de 2023, após a mãe da menina registrar um boletim de ocorrência. Na ocasião, a polícia teve acesso a um vídeo no qual Guilherme aparece chacoalhando com muita força o bebê conforto em que a filha estava (assista abaixo).
Casal é preso após agredir filha de um mês em Rio Preto
Na época, a bebê ficou internada no Hospital da Criança e Maternidade de Rio Preto (HCM), com múltiplas fraturas e um coágulo no cérebro.
A criança já está fora de perigo e foi adotada, porém, teve sequelas decorrentes das agressões cometidas pelos pais.
Em entrevista à TV TEM, a mãe afetiva Eliane Macena explica que a menina tem várias limitações. A paralisia cerebral atingiu membros inferiores, superiores e a fala.
“Hoje ela [criança] tem uma paralisia cerebral considerável que atingiu os membros inferiores, superiores e a fala. Então, ela não anda e não fala, mas é uma criança que brinca, que tenta, dentro das suas limitações, ter uma vida normal.”
Eliane Macena, mãe afetiva da bebê, em São José do Rio Preto (SP)
Reprodução / TV TEM
Eliane disse, ainda, que após quase dois anos do crime, não consegue se conformar com a atitude dos agressores e teme pela vida da criança (veja abaixo).
Ela transborda amor, é uma criança que a gente sente gratidão por estar com a gente. É uma criança que não chora, que sorri bastante. A gente espera sempre pela justiça. Independente do que acontecer, eles vão continuar andando, falando, vivendo… Ela a gente não sabe, isso é incerto”, finaliza a mãe afetiva.g1 Rio Preto e Araçatuba
O júri popular completou dez horas de duração, até a publicação desta reportagem. No início do julgamento, segundo apurado pela reportagem, o pai disse estar arrependido de ter cometido as agressões.
À época do crime, as investigações da polícia apontaram que Kelly Andressa só procurou as autoridades e solicitou o registro da ocorrência depois de ser pressionada pelos familiares.
Uma semana após o início das investigações, os pais foram ouvidos. A Justiça decretou a prisão preventiva dos dois no dia 13 de fevereiro de 2023.
Em março de 2024, o Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo (TJ-SP) acatou a denúncia do Ministério Público (MP) e, com a decisão, estabeleceu que o casal deveria ser submetido a júri popular.
Em depoimento à polícia, a mãe apresentou contradições e, depois de várias investigações, a conclusão foi de que o pai cometia as agressões com a permissão dela.
O pai é acusado de homicídio qualificado tentado e lesão corporal grave em contexto de violência doméstica e familiar e a mãe é acusada dos mesmos crimes e também omissão dolosa, já que a imagem que mostra a criança sendo agredida foi capturada por Kelly, o que evidencia que ela foi conivente com a situação.
Júri de casal acusado de agredir filha de 40 dias de vida dura 9 horas em Rio Preto
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