História do Brasil, agricultura e o próprio carnaval: Rosa Magalhães marcou época com enredos que celebram o país


Carnavalesca morreu na noite de quinta-feira (25), aos 77 anos. Ela conquistou 7 títulos do Grupo Especial do carnaval do Rio. Rosa Magalhães celebra ala das baianas em desfile da Imperatriz Leopoldinense
Reprodução/ TV Globo
Vencedora de 7 títulos do Grupo Especial, a carnavalesca Rosa Magalhães ajudou a moldar o carnaval como ele é atualmente. Maior campeã da Marquês de Sapucaí, ela criou tendências e moldou as lembranças dos foliões falando de temas diversos como o próprio carnaval, a história do país e a agricultura, por exemplo.
Rosa morreu na noite de quinta-feira (25) no apartamento onde morava na Zona Sul do Rio. Ela tinha 77 anos e sofreu um infarto.
Ao longo da carreira, ela comandou os carnavais de escolas como o Império Serrano, a Imperatriz Leopoldinense, Salgueiro, Vila Isabel, São Clemente, Estácio de Sá, Paraíso do Tuiuti, Portela e Mangueira.
Artista plástica, com três graduações — pintura, cenografia e indumentária —e ex-professora da Escola de Belas Artes da UFRJ, Rosa entrou para o mundo do samba em 1970, levada pelas mãos do então professor Fernando Pamplona para o Salgueiro. Em 1971, a escola foi campeã.
O aprendizado aconteceu com Arlindo Rodrigues, Joãosinho Trinta, Maria Augusta e Lícia Lacerda. Na época, Laíla era o diretor de harmonia.
Confira o carnaval de 1982 do Império Serrano
Ao lado de Lícia Lacerda, Rosa conquistou o título de 1982 para o Império Serrano com “Bum Bum Paticumbum Prugurundum”. O trabalho dividia o carnaval do Rio em 3 fases: a da Praça Onze, a da Candelária e a fase das superescolas de samba na Marquês de Sapucaí.
O desfile promovia uma reflexão se os foliões estavam realmente sendo valorizados diante da espetacularização da festa.
“Foi um desfile difícil, ao meio-dia, um sol desgraçado. E o povo jogava gelo, água, para refrescar os desfilantes. E o povo ia em frente. E foi uma surpresa. Passamos de último para primeiro”, contou Rosa Magalhães em depoimento dado em 2014.
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Confira carnaval de 1994 da Imperatriz Leopoldinense
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Em 1994, a artista venceu o carnaval com o enredo “Catarina de Médicis na Corte dos Tupinambôs e dos Tabajéres” pela Imperatriz Leopoldinense.
A carnavalesca conquistou o bicampeonato em 1995 com “Mais Vale Um Jegue que me Carregue, que Um Camelo que Me Derrube, Lá no Ceará”.
Confira trecho do carnaval 1995 da Imperatriz Leopoldinense
Apesar dos dois títulos serem celebrados pela Verde e Branca da Zona Norte do Rio de Janeiro, eles eram apenas um prenúncio do reinado de Rosa com a escola que estava por vir.
A escola venceu 3 vezes seguidas em 1999, 2000 e 2001.
Confira o carnaval de 1999 da Imperatriz Leopoldinense
Em 1999, a Imperatriz e Rosa levaram para a avenida “Brasil, Mostra a Sua Cara em… Theatrum Rerum Naturalium Brasiliae”.
No ano seguinte, a vitória veio com “Quem Descobriu o Brasil Foi Seu Cabral, no Dia 22 de Abril, Dois Meses Depois do Carnaval”. O enredo lembrava os 500 anos da chegada dos portugueses ao país.
Confira o carnaval de 2000 da Imperatriz Leopoldinense
A terceira consagração veio em 2001 com “Cana-caiana, Cana Roxa, Cana Fita, Cana Preta, Amarela, Pernambuco… Quero Vê Descê o Suco na Pancada do Ganzá”. O enredo falava sobre a história da cana-de-açúcar e seus derivados, como a cachaça.
A escola falou sobre como o cultivo se espalhou e a cana se tornou uma das principais culturas do país.
Confira o carnaval de 2001 da Imperatriz Leopoldinense
No ano de 2013, quando estava na Vila Isabel, Rosa Magalhães conquistou na Marquês de Sapucaí a vitória com um enredo sobre a importância da agricultura para o país. Em “A Vila canta o Brasil, celeiro do mundo – ‘Água no feijão que chegou mais um’”. Com a apresentação, a Vila conquistou seu terceiro título.
Um dos destaques era a comissão de frente, que contava com um arraial dentro de um caixote de alimentos. De repente, a caixa se abria: era a terra, a força da vida.
Vila Isabel, campeã do carnaval 2013, encanta público até o fim do desfile
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