Motorista preso por matar a ex cometeu o crime por não aceitar o fim da relação, conclui polícia

Julihermes Ferreira Amaral confessou o crime em depoimento à Polícia Civil. Ele foi indiciado por feminicídio qualificado, pois, além de matar a ex-mulher, também descumpriu uma medida protetiva. Mulher é morta a facadas pelo ex-marido, em Amaralina, Goiás
Reprodução/Redes Sociais
A Polícia Civil indiciou por feminicídio qualificado o motorista Julihermes Ferreira Amaral, que confessou ter matado a facadas a ex-esposa, Uiara Borges da Silva Miranda, em Amaralina, no norte de Goiás. As investigações concluíram que o crime foi cometido porque o homem não aceitava o fim do relacionamento.
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O g1 entrou em contato por mensagem, às 14h30 de sexta-feira (26), com a advogada de Julihermes, mas não houve retorno até a última atualização da reportagem.
O inquérito foi concluído nesta sexta-feira (26) e enviado ao Judiciário. Segundo o delegado Peterson Amin, o motorista vai responder pela qualificadora de descumprir uma medida protetiva.
A vítima deixou dois filhos de 7 e 15 anos, que, atualmente, estão com o avô.
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Ao g1, um familiar que preferiu não se identificar contou que Uiara e Julihermes foram casados por 16 anos. “Sempre foi uma relação conturbada. Ele batia nela e já tentou matar ela várias vezes”, disse.
Segundo o parente, eles terminaram há cinco meses e estavam em processo de divórcio. “Após a separação ele a ameaçou várias vezes, e ela até tinha uma medida protetiva contra ele”, destacou.
Em um áudio enviado à ex-esposa, Julihermes disse: “Eu não vou aceitar você arrumar outro. Eu sou seu marido, seu esposa e vou ser até a morte” (ouça acima).
O crime
Após o fim do relacionamento, segundo a família, Uiara mudou de cidade e trabalhava na obra da ferrovia, em Alto Horizonte, e os filhos do casal foram morar com o avô materno. Apesar disso, ela continuava indo para Amaralina com frequência para visitar parentes.
Por conta das ameaças de Julihermes, a vítima solicitou medidas protetivas, que foram concedidas pela Justiça. Mas, testemunhas contaram à polícia que Uiara e o ex-marido continuavam mantendo contato para tratar da separação.
Segundo um familiar que preferiu não se identificar, no dia 20 de julho, a vítima estava em Amaralina para um chá de panela na casa do irmão. “Ele foi até lá e falou que se ela não fosse conversar com ele, ele ia entrar e acabar com a festa”, detalhou.
Arma usada no crime foi apreendida pela polícia; momento da prisão de Julihermes Ferreira Amaral pela morte da ex-esposa, em Amaralina, Goiás
Divulgação/Polícia Civil
A família contou que, devido às ameaças, Uiara foi até a casa do ex-marido para conversar com ele e, neste momento, foi esfaqueada por Julihermes. “A casa ficava bem perto. Quando ela chegou, ele só esperou ela entrar e deu uma facada nela”, descreveu o familiar da vítima.
Uiara chegou a ser socorrida e levada para um hospital, mas não resistiu aos ferimentos e morreu por conta de um choque hemorrágico após uma cirurgia de emergência.
A faca usada no crime foi apreendida durante a perícia no local. Julihermes conseguiu fugir e só foi preso três dias depois. Segundo o delegado, ele estava escondido na casa de uma tia, que estava viajando. Em depoimento, ele confessou o crime.
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