Vereador suspeito de matar sobrinho durante velório no Paraná dá depoimento virtual à polícia e afirma que não vai se entregar, diz delegado


Zé Odílio (MDB) e o irmão fugiram após o crime, que segundo a polícia foi motivado por cobrança de dívida. Ambos estão com prisões decretadas e são considerados foragidos desde o dia 6 de julho. Zé Odílio (MDB)
Câmara de Vereadores
O vereador José Odílio dos Santos (MDB), de Reserva, cidade dos Campos Gerais do Paraná, deu um depoimento virtual à polícia, mas disse que não vai se entregar. As informações são do delegado Silas Belém de Castro, responsável pelo caso.
Zé Odílio, como é popularmente conhecido, está foragido desde o dia 6 de julho. Ele é suspeito de assassinar o próprio sobrinho, Diorgenes Fernando Ferraz Lemes, de 24 anos, durante o velório de um familiar de ambos. Segundo o delegado, o jovem foi assassinado após cobrar uma dívida de José Odílio. Relembre detalhes mais abaixo.
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O delegado Castro explica que foi procurado pelos advogados do vereador no início da semana e fez os interrogatórios do vereador e do irmão dele – que fugiu com o homem após o crime e também é considerado foragido – por videochamadas.
Segundo ele, pelas imagens não foi possível identificar os locais em que ambos estavam.
O delegado afirma que Zé Odílio disse que foi armado até o velório porque estava sendo ameaçado pelo sobrinho e que o irmão dele, Valdereis Sebastião Fernandes dos Santos, alegou que não teve envolvimento com o crime e fugiu porque ficou nervoso.
O inquérito foi finalizado na quinta-feira (25) e os dois irmãos foram indiciados por porte ilegal de arma e homicídio, qualificado por motivo torpe e recurso que impossibilitou a defesa da vítima.
Ambos continuam sendo procurados pela polícia.
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Em nota, a defesa de Zé Odílio afirma que está aguardando acesso aos motivos da decretação da prisão preventiva, que foi negado pela Justiça.
“Por este motivo, ingressamos com um mandado de segurança no TJ-PR, que está pendente de julgamento, para ter acesso ao conteúdo da investigação e da decretação da prisão, tendo em vista que a Juíza de Reserva negou o acesso”, afirma.
Vereador foragido por matar sobrinho em velório presta depoimento a distância
Foragido é vereador desde 2013
Zé Odílio ocupa o cargo de 1º secretário da Mesa Diretora de Reserva – que possui 11 vereadores no total. A cidade tem cerca de 24,5 mil habitantes, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O foragido está na terceira gestão como vereador e entre 2019 e 2020 chegou a presidir o Legislativo.
Em nota, na época do crime a Câmara Municipal disse que estava acompanhando o caso e reiterava o “compromisso com a transparência e a prestação de contas à população”.
“Diante da gravidade da situação, tão logo tenhamos maiores esclarecimentos das autoridades policiais tomaremos as medidas administrativas cabíveis ao fato”, complementou o texto.
Nesta sexta-feira (26) o g1 questionou a Câmara se há novidades acerca do caso e aguarda retorno.
Entenda o crime
Caso aconteceu na zona rural de Reserva, onde estava sendo realizada o velório
Polícia Civil
O caso aconteceu por volta das 22h30 do dia 5 de julho, uma sexta-feira, na zona rural de Reserva, na localidade de Erval de Cima.
Segundo o delegado Castro, o velório estava ocorrendo em um sítio particular. O sobrinho chegou antes e discutiu com o tio por telefone.
“A vítima estava sentada na frente da casa [do sítio] quando os autores, que eram tios da vítima, chegaram e o autor, José Odílio, munido de uma arma de fogo, disparou três vezes em direção a vítima. Os disparos, em tese, pegaram na cabeça da vítima”, detalha o delegado.
Na sequência, Zé Odílio e o irmão fugiram de carro, afirma.
“A motivação do crime seria uma transação financeira entre eles, causada pela venda de um trator que a vítima estava cobrando o autor. […] O autor não queria pagar a vítima”, conta o delegado.
Armas
O delegado Silas Belém de Castro afirma que o vereador possui duas armas registradas, mas, como a usada no crime não foi encontrada, não é possível confirmar se ela é uma delas, ou não.
O delegado também explica que o homem possui porte de arma, mas não posse – e, por isso, não poderia sair de casa armado.
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