Caso Leandro Lo: Justiça suspende júri popular

A Justiça de São Paulo interrompeu o julgamento do policial militar Henrique Otavio Oliveira Velozo, acusado de matar o campeão mundial de jiu-jítsu Leandro Lo durante uma discussão em uma festa na capital paulista em 2022. O júri, marcado para acontecer em 22 de maio, foi suspenso por decisão do desembargador Marco Antônio Cogan, do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP), após pedido da defesa do réu.

Pontos Principais:

  • Justiça de SP suspende júri do PM acusado de matar Leandro Lo em 2022.
  • Defesa alegou prejuízo por cancelamento de peritos contratados.
  • Nova data para o julgamento será definida após análise do TJ-SP.
  • Henrique Velozo continua preso e responde também na Justiça Militar.

Os advogados do policial alegaram que tiveram o direito à defesa cerceado após o juiz responsável pelo caso cancelar os depoimentos de peritos particulares contratados para testemunhar em favor de Velozo. A liminar foi concedida no dia anterior ao julgamento e, com isso, uma nova data para o júri ainda será definida após o julgamento do mérito do pedido da defesa por uma turma de desembargadores.

Henrique Velozo, policial militar preso, aguardava júri por homicídio do lutador Leandro Lo, morto em uma balada em 2022. A defesa conseguiu liminar após juízo proibir peritos.
Henrique Velozo, policial militar preso, aguardava júri por homicídio do lutador Leandro Lo, morto em uma balada em 2022. A defesa conseguiu liminar após juízo proibir peritos.

Enquanto o novo julgamento não é agendado, Henrique Velozo continuará preso preventivamente no presídio militar Romão Gomes, localizado na Zona Norte de São Paulo. O policial responde por homicídio doloso, uma vez que a acusação sustenta que ele teve a intenção de matar a vítima durante o episódio ocorrido em um show no clube Sírio-Libanês.

De acordo com testemunhas ouvidas pela Polícia Civil, a confusão começou quando Velozo pegou uma garrafa da mesa de Leandro Lo e seus amigos. O lutador, tentando conter a situação, imobilizou o policial. Após se afastar, Velozo teria sacado uma arma e atirado na cabeça de Lo. O crime chocou os presentes e resultou na fuga do autor, que ainda teria chutado a vítima já caída no chão.

Além do processo criminal na Justiça comum, o policial também é alvo de um processo disciplinar na Justiça Militar. A Corregedoria da PM recomendou sua expulsão por ter utilizado uma arma da corporação, mesmo estando fora de serviço e à paisana. O pedido de exoneração foi encaminhado ao Tribunal de Justiça Militar, que ainda julgará se o tenente deve ser desligado da corporação.

Henrique Velozo segue recebendo salário como policial militar, amparado por uma decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que, mesmo com a prisão preventiva, assegura seu vínculo funcional até que haja sentença definitiva. A defesa espera que uma eventual absolvição no Tribunal do Júri contribua para a manutenção de Velozo na carreira militar.

Leandro Lo tinha 33 anos e era um dos maiores nomes do jiu-jítsu brasileiro, com oito títulos mundiais conquistados entre 2012 e 2022. Nas redes sociais, ele celebrava suas vitórias como momentos marcantes da carreira e expressava gratidão pelo apoio que recebia. Sua morte provocou repercussão nacional e levantou debates sobre a atuação de policiais fora do horário de serviço.

Fonte: Itatiaia e G1.

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