Fazenda estima alta de 2,4% para o PIB em 2025 e segue vendo estouro da meta de inflação


Governo estimou que o IPCA deverá somar 5% neste ano, ficando acima, novamente, do teto do sistema de metas, que é de 4,5%. O BC tem informado que é preciso desacelerar a economia para conter as pressões inflacionárias. A Secretaria de Política Econômica (SPE) do Ministério da Fazenda informou nesta segunda-feira (19) que elevou de 2,3% para 2,4% sua previsão de alta do Produto Interno Bruto (PIB) no ano de 2025.
A expectativa de um crescimento maior da economia acontece mesmo em um cenário de juros altos, com a taxa básica da economia atualmente em 14,75% ao ano para conter o crescimento da inflação. Esse é o maior patamar em quase 20 anos.
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“A revisão está relacionada à maior expectativa de crescimento no primeiro trimestre e ao aumento esperado para a produção agropecuária no ano. Após aceleração da atividade no primeiro trimestre na margem, o PIB tende a desacelerar, ficando próximo da estabilidade no segundo semestre”, informou o Ministério da Fazenda.
Mesmo revisando para cima a projeção para o PIB, o resultado, se confirmado, representará desaceleração frente ao ano passado – quando a economia cresceu 3,4%.
A projeção do Ministério da Fazenda para o ritmo da atividade está acima do mercado financeiro, que prevê uma expansão de 2,02% neste ano.
Somente no primeiro trimestre deste ano, a estimativa do governo é de um crescimento de 1,6%, “repercutindo, principalmente, o forte crescimento esperado para a produção agropecuária”.
Já paro ano de 2026, a equipe econômica estimou um crescimento do PIB de 2,5%, enquanto os economistas dos bancos veem uma alta de 1,7%.
O Banco Central tem informado que é preciso desacelerar a economia, ou seja, que o ritmo de crescimento seja menor, para conter as pressões inflacionárias.
Nesta segunda-feira, o presidente da instituição, Gabriel Galípolo, informou que faz sentido que o Banco Central mantenha taxas de juros em um patamar elevado, chamado de “mais restritivo” no jargão técnico, por um período mais prolongado de tempo.
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Getty Images via BBC
Inflação
Já para o crescimento da inflação, o Ministério da Fazenda revisou sua projeção de 4,9% para 5% em 2025.
Com isso, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), considerado a inflação oficial do país, deve subir na comparação com o ano passado, quando avançou 4,83%.
Ao estimar um IPCA de 5%, o governo confirma que a meta de inflação deverá ser novamente estourada neste ano.
Desde o início de 2025, quando entrou em vigor o sistema de meta contínua, o objetivo é de 3% – e será considerado cumprido se a inflação oscilar entre 1,5% e 4,5%.
“No cenário considerado, a redução na inflação passa a ser observada de maneira mais regular apenas a partir de setembro”, informou o Ministério da Fazenda.
Segundo o Ministério da Fazenda:
Para 2026, a projeção de IPCA se manteve relativamente constante, avançando de 3,5% para 3,6%, dentro do intervalo da meta de inflação, mas ainda acima do objetivo central de 3%.
De 2027 em diante, o governo espera convergência da inflação ao centro da meta.
“Para países da América Latina, a imposição de tarifas [pelos EUA e China] pode ajudar a reduzir pressões inflacionárias. O excesso temporário de produção de bens na China, a queda nas cotações de ‘commodities’ e o enfraquecimento do dólar podem auxiliar a reduzir pressões inflacionárias nesses países, compensando efeitos adversos que a imposição de tarifas comerciais nos EUA e China podem gerar em cadeias de suprimento”, avaliou o Ministério da Fazenda.
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