Ronaldo Nazário voltou a se manifestar sobre os rumos da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) em um momento decisivo para a entidade. Convidado da Ferrari para acompanhar o GP da Emilia-Romagna, na Itália, o ex-jogador concedeu entrevista à Band e criticou duramente o modelo atual de eleições da CBF, apontando a influência desproporcional das federações estaduais como um obstáculo para mudanças reais.
Pontos Principais:
- Ronaldo criticou o processo eleitoral da CBF e chamou o modelo de “palhaçada”.
- Ex-jogador desistiu da candidatura após rejeição de 23 federações estaduais.
- Afirma que não há chance de reforma sem mudanças no estatuto da CBF.
- Declarações foram feitas antes do GP de Ímola, onde era convidado da Ferrari.
O ex-atacante revelou frustração com a estrutura da entidade, classificando o atual processo eleitoral como inalterado e resistente à renovação. Sua tentativa de candidatura, iniciada entre o fim de 2024 e o começo de 2025, foi encerrada ainda em março, segundo ele, após encontrar resistência de quase todas as federações estaduais.
O momento é considerado sensível para a CBF, que enfrenta semanas decisivas com a realização das eleições, a chegada de um novo técnico para a seleção e uma convocação aguardada. Apesar da movimentação política, Ronaldo afirmou que nenhuma das mudanças trará resultados práticos enquanto não houver uma reforma profunda no estatuto da entidade.
Críticas à estrutura de poder da CBF

Durante a entrevista, Ronaldo questionou abertamente o fato de que os 27 presidentes das federações estaduais continuam sendo os principais responsáveis por decidir os rumos do futebol nacional. Segundo ele, essa concentração de poder impede qualquer avanço institucional e mantém os mesmos ciclos de influência que, em sua visão, afastam a Seleção Brasileira do torcedor.
- Ronaldo Fenômeno pode ser próximo presidente da CBF? Entenda
- Quem é Fernando Sarney da CBF?
- Entenda por que Ednaldo Rodrigues foi afastado da presidência da CBF
Para o ex-jogador, a manutenção do estatuto atual inviabiliza qualquer expectativa de transformação. Em sua fala, reforçou que o cenário tende a se repetir com o tempo, citando que “muda a página, mas o livro é o mesmo”. A afirmação indica a percepção de que o futebol brasileiro está preso a uma lógica política ultrapassada e resistente a reformas.
Ronaldo também destacou que não vê perspectiva de melhora com os nomes colocados para a disputa da presidência. Apesar das articulações e anúncios de pré-candidatura, como o de Samir Xaud, ou do apoio majoritário a Reinaldo Carneiro Bastos por parte dos clubes, o ex-jogador afirmou que nenhuma opção representa uma mudança efetiva.
Desistência e bastidores da candidatura frustrada
A campanha de Ronaldo para a presidência da CBF ganhou força no início do ano, quando ele demonstrou publicamente intenção de disputar o cargo. Entretanto, a resistência enfrentada nos bastidores foi um fator decisivo para que ele abandonasse a disputa. Conforme relatado, 23 das 27 federações recusaram qualquer possibilidade de diálogo com sua equipe.
Esse cenário de portas fechadas foi interpretado como uma confirmação de que o sistema não está preparado para aceitar novas ideias ou lideranças fora do circuito tradicional. A decisão de Ronaldo em não seguir adiante foi divulgada de forma direta, sem cerimônias, o que reforça sua decepção com o processo político interno da confederação.
Apesar de sua desistência, o ex-atacante segue como uma voz ativa em debates sobre a gestão do futebol brasileiro. Suas declarações colocam pressão sobre os atuais dirigentes e alimentam a discussão sobre a necessidade de reforma nas estruturas da CBF.
Repercussão e contexto do momento político na CBF
As declarações de Ronaldo ocorreram num momento em que a CBF se prepara para mudanças importantes. A escolha do novo treinador da Seleção e a convocação para os próximos amistosos e competições são pontos relevantes, mas o foco está nas eleições da entidade.
A queda de Ednaldo Rodrigues, que perdeu apoio político nos últimos meses, expôs disputas internas e fragilidades no sistema de governança da confederação. A movimentação dos clubes em torno de novos nomes indica uma tentativa de protagonismo maior por parte das agremiações, mas esbarra na influência ainda dominante das federações.
A presença de Ronaldo no paddock da Ferrari em Ímola também chamou atenção pela simbologia. Em meio à atmosfera da Fórmula 1, o ex-jogador aproveitou para reforçar seu posicionamento sobre o cenário do futebol brasileiro. Ele comparou o atual momento a um ciclo vicioso e afirmou que, sem mudanças profundas, os mesmos problemas continuarão a ocorrer.
Fonte: Oglobo e Ge.
O post Ronaldo ataca modelo da CBF, critica federações e diz que nada vai mudar no futebol brasileiro apareceu primeiro em Carro.Blog.Br.