Mais de mil pessoas foram obrigadas a deixar suas casas na Argentina após fortes chuvas atingirem a região norte da província de Buenos Aires e a capital. A tempestade, que começou na manhã de sexta-feira, se intensificou ao longo das horas, provocando inundações em diversos pontos e comprometendo a infraestrutura urbana e rodoviária da região metropolitana, que abriga cerca de 15 milhões de habitantes.
Pontos Principais:
- Chuva intensa atinge Buenos Aires e região metropolitana.
- Mais de mil pessoas foram evacuadas por causa dos alagamentos.
- Rodovias como a Rota Nacional 9 foram bloqueadas.
- Serviço Meteorológico prevê mais chuva até domingo.
- Cidades como Campana e Zárate concentram os maiores impactos.
As autoridades informaram que o volume de chuva ultrapassou os 330 milímetros em algumas localidades, número considerado muito acima da média para o período. As cidades de Campana e Zárate, a aproximadamente 90 quilômetros da capital, estão entre as mais afetadas. Nessas áreas, centenas de moradores foram retirados de suas residências e levados a abrigos improvisados em clubes e centros esportivos.

A situação provocou o bloqueio de importantes rodovias da província, incluindo a Rota Nacional 9, que liga Buenos Aires à Bolívia. Veículos de grande porte, como caminhões e ônibus, ficaram presos nas vias alagadas. Passageiros relataram terem passado a noite dentro dos veículos à espera de resgate. A previsão meteorológica indica que as chuvas devem continuar ao longo de sábado e avançar pela madrugada de domingo.
Impacto nas cidades de Campana e Zárate
Os municípios de Campana e Zárate enfrentam um dos piores cenários das últimas décadas relacionados a enchentes. De acordo com o prefeito de Zárate, Marcelo Matzkin, a chuva intensa começou ao meio-dia de sexta-feira e, desde então, não cessou. A Defesa Civil estima que mais de 200 pessoas foram abrigadas em estruturas públicas, embora o número total de afetados deva aumentar com a continuidade da tempestade.
As ruas das cidades ficaram completamente alagadas, com registros de alagamento em moradias, comércios e vias de acesso. Em Campana, imagens aéreas mostram bairros inteiros submersos, evidenciando o colapso do sistema de drenagem urbana diante da intensidade das chuvas. A circulação de veículos está comprometida, e há relatos de interrupção no fornecimento de energia em áreas específicas.
O socorro às vítimas é feito por equipes da prefeitura, bombeiros e forças de segurança, que utilizam embarcações para resgatar moradores isolados. Apesar dos esforços, a logística é dificultada pela extensão das áreas atingidas e pelo acúmulo de água nas principais rotas de acesso.
Situação nas rodovias e transporte
A Rota Nacional 9, considerada uma das mais importantes do país, foi parcialmente bloqueada após o transbordamento de rios e córregos na região. Essa rodovia é estratégica para o transporte de mercadorias e o deslocamento de pessoas entre a capital argentina e cidades do interior, além de fazer ligação com a fronteira norte.
Com a água cobrindo a pista em vários trechos, caminhões e ônibus ficaram imobilizados. Em um dos casos, um motorista relatou que havia cerca de 10 centímetros de água dentro do veículo, o que tornou impossível seguir viagem. Passageiros foram instruídos a aguardar a chegada de socorro, sem previsão clara de desbloqueio da via.
A situação do transporte coletivo também foi afetada, com atrasos e cancelamentos de rotas de ônibus intermunicipais. O tráfego urbano nas cidades atingidas segue instável, e autoridades recomendam que a população evite deslocamentos desnecessários enquanto a situação não for normalizada.
Previsão do tempo e risco de agravamento
Segundo o Serviço Nacional de Meteorologia da Argentina, as chuvas devem continuar intensas ao longo do sábado, com tendência de redução apenas nas primeiras horas de domingo. As autoridades pedem atenção especial às regiões próximas a rios e canais, que podem voltar a transbordar se o volume de água persistir.
A recomendação para os moradores é que permaneçam em locais seguros e acompanhem os boletins oficiais da Defesa Civil. As aulas foram suspensas em escolas das zonas mais afetadas e há monitoramento constante do nível das águas em pontos críticos da região metropolitana.
A tempestade atual ocorre pouco tempo depois das inundações registradas em Bahía Blanca, no sul do país, em março deste ano. Na ocasião, 18 pessoas morreram e os prejuízos financeiros ultrapassaram 400 milhões de dólares. O governo da província de Buenos Aires afirmou estar mobilizando recursos para evitar um novo cenário de perdas humanas e materiais.
Histórico recente de desastres e resposta das autoridades
Em março de 2025, Bahía Blanca sofreu com uma enchente de grandes proporções que deixou 18 mortos. O episódio levou o governo a revisar seus protocolos de emergência e ampliar investimentos em infraestrutura de contenção. No entanto, os eventos atuais revelam que ainda há fragilidades na preparação para chuvas intensas.
O governo da província de Buenos Aires declarou estado de emergência em regiões afetadas e iniciou o deslocamento de equipes especializadas para garantir apoio logístico às cidades mais impactadas. A prioridade é preservar vidas e restabelecer a mobilidade em áreas isoladas.
A situação está sendo acompanhada de perto por órgãos federais, que também disponibilizaram recursos e equipes técnicas. Embora a intensidade da chuva surpreenda pela quantidade acumulada, especialistas alertam que eventos extremos podem se tornar mais frequentes, o que demanda revisão nas estratégias urbanas e ambientais da região.
Fonte: Brasil247 e G1.
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