Talvez você só precisa aprender a recomeçar

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Conta-se que no século 18, Thomas Carlyle passou três anos escrevendo, à mão, um volume de 1.500 páginas sobre a Revolução Francesa. Ao concluir a obra, entregou o precioso manuscrito ao amigo John Stuart Mill para revisão. O que Carlyle não podia imaginar é que, numa noite qualquer, a governanta de Mill confundiria aquele monte de papéis com lenha e alimentaria o fogo da lareira. Quando Mill voltou, restavam apenas cinzas.

 

Carlyle afundou em tristeza. Fechou as cortinas, recusou alimento, silenciou a alma. Quem já sentiu o gosto amargo de um grande projeto arruinado entende bem esse vazio: parece que o futuro se apaga junto com o passado.

 

Semanas depois, ainda abatido, ele abriu uma fresta na cortina. Do outro lado da rua, um pedreiro reconstruía o muro de uma antiga igreja – tijolo por tijolo, dia após dia. Aquela rotina simples acendeu algo no coração do escritor:

 

“Se ele consegue erguer o muro peça por peça, eu posso reescrever meu livro página por página.”

 

Carlyle voltou à escrivaninha. Dois anos depois, entregou ao mundo “A História da Revolução Francesa”, hoje considerado um clássico da literatura histórica.

 

Deste episódio entendo que Deus não desperdiça ruínas. O mesmo Senhor que transforma cinzas em beleza (Is 61.3) pode usar nossos recomeços para amadurecer caráter, ampliar visão e aprofundar dependência d’Ele. Mas recomeços são progressivos, é um tijolo, uma página, um passo de cada vez. Milagres, muitas vezes, chegam no compasso da perseverança, não no estalar de dedos.

 

Carlyle precisou enxergar o pedreiro; nós, às vezes, só precisamos olhar para a cruz vazia e o túmulo aberto para acreditar que a restauração é real. Talvez você tenha perdido algo valioso: um negócio, um ministério, um relacionamento, a saúde. Nesses momentos, a alma tende a convidar a depressão, que nada mais é do que a sensação de incapacidade de reconstruir o futuro. Deus é especialista em começos e recomeços.

 

Ore, escolha o próximo “tijolo” e permaneça: firme-se na promessa de que Aquele que começou a boa obra há de completá-la (Fp 1.6). E lembre-se sempre: Deus continuará escrevendo, com você, uma história digna de ser contada.

 

Pense nisso!

 

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