Ford testa nova bateria para carros elétricos e surpreende com preço mais baixo

A Ford iniciou testes com uma nova geração de baterias para veículos elétricos que pode alterar os rumos da indústria automobilística nos próximos anos. A proposta está centrada em uma química diferente das utilizadas atualmente, com potencial para diminuir os custos, aumentar a autonomia e tornar os carros elétricos mais acessíveis globalmente.

Pontos Principais:

  • Ford testa bateria LMR com lítio e manganês para reduzir custos.
  • Tecnologia elimina metais caros como cobalto e níquel.
  • Nova bateria promete mais autonomia e estabilidade térmica.
  • Produção piloto em Michigan antecipa adoção comercial até 2030.

Chamada de LMR, sigla para Lithium Manganese Rich (lítio com alto teor de manganês), essa bateria está sendo desenvolvida nos laboratórios de engenharia da montadora nos Estados Unidos. Ainda em estágio piloto, a tecnologia já está sendo produzida em linha experimental e poderá, segundo a própria empresa, ser implementada em veículos comerciais antes do fim da década.

A proposta visa substituir elementos como cobalto e níquel, frequentemente utilizados nas baterias NMC (níquel-manganês-cobalto), por manganês, um metal mais barato, abundante e com menor impacto logístico e ambiental. O foco está em viabilizar a produção em larga escala sem comprometer desempenho e segurança.

O que é a bateria LMR

A Ford desenvolve uma nova bateria chamada LMR, feita com manganês e lítio, buscando reduzir custos e eliminar metais caros. A proposta é oferecer carros elétricos mais acessíveis até 2030.
A Ford desenvolve uma nova bateria chamada LMR, feita com manganês e lítio, buscando reduzir custos e eliminar metais caros. A proposta é oferecer carros elétricos mais acessíveis até 2030.

A bateria LMR desenvolvida pela Ford se baseia em uma tecnologia conhecida desde os anos 1990, mas que enfrentava dificuldades técnicas, principalmente em relação à estabilidade térmica e perda de capacidade com o uso prolongado. Combinando avanços em engenharia de materiais e inteligência artificial, o projeto foi reavaliado e aperfeiçoado.

A substituição do cobalto e do níquel pelo manganês é um ponto estratégico. O manganês pode ser extraído em países com legislações ambientais menos restritivas, o que reduz custos e facilita a logística global. A extração do cobalto, por outro lado, está frequentemente associada a impactos sociais e ambientais severos, tornando-se um ponto crítico na transição energética.

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Charles Poon, diretor da divisão de motores elétricos da Ford, foi quem anunciou a iniciativa publicamente por meio de uma publicação em rede social. Segundo ele, a expectativa é que a nova bateria ofereça não apenas vantagens econômicas, mas também benefícios de autonomia e segurança, elementos fundamentais para o avanço da mobilidade elétrica.

Vantagens técnicas e logísticas

A F-150 Lightning é a versão elétrica da picape mais vendida dos EUA, unindo potência, tecnologia e autonomia para quem quer robustez sem abrir mão da inovação. 4o
A F-150 Lightning é a versão elétrica da picape mais vendida dos EUA, unindo potência, tecnologia e autonomia para quem quer robustez sem abrir mão da inovação. 4o

A nova química proporciona ganhos em densidade energética, o que significa mais quilômetros de autonomia por carga sem aumento físico da bateria. Esse fator é crucial em mercados onde a infraestrutura de recarga ainda é limitada ou em expansão.

Além disso, a estabilidade térmica aprimorada reduz riscos de superaquecimento e incêndios, um dos principais desafios enfrentados pelas montadoras na adoção de baterias mais potentes. Esse ponto tem implicações diretas em normativas internacionais de segurança veicular.

Outra característica destacada é a sustentabilidade. A menor dependência de metais escassos, com extração associada a regiões instáveis, permite à indústria maior previsibilidade na cadeia de suprimentos. A Ford pretende transformar essa vantagem competitiva em diferencial estratégico nos principais mercados.

  • Redução do custo total de produção
  • Aumento da autonomia sem crescimento físico
  • Estabilidade térmica para maior segurança
  • Uso de metais com menor impacto social e ambiental

Impacto na competitividade global

A Ford busca com a LMR alcançar a paridade de preços entre veículos elétricos e a combustão até 2030. Esse objetivo é compartilhado por diversas fabricantes globais e governos, como parte da transição energética em escala industrial.

Atualmente, as baterias representam de 30% a 40% do custo total de um carro elétrico. Caso a Ford consiga reduzir esse percentual com a nova tecnologia, poderá oferecer modelos com preços mais próximos dos convencionais, acelerando a adoção de elétricos entre consumidores de diferentes faixas econômicas.

A linha piloto em operação indica que os testes estão em estágio avançado, com validação em andamento. Ainda não foram divulgadas informações sobre ciclos de carga, comportamento em variações climáticas ou tempo de vida útil da bateria, mas a expectativa é que esses dados sejam compartilhados conforme os testes evoluírem.

Transição energética e geopolítica dos metais

A estratégia da Ford ocorre em um momento de transformação da matriz energética no setor automotivo. Países da Europa, América do Norte e Ásia estão ampliando restrições à venda de carros a combustão, o que pressiona fabricantes a encontrarem soluções viáveis e de rápida implementação.

A busca por fontes alternativas de materiais reflete também tensões geopolíticas envolvendo o fornecimento de metais como cobalto e lítio. O manganês se apresenta como solução menos suscetível a conflitos e barreiras comerciais, contribuindo para uma transição energética menos vulnerável a choques internacionais.

Outro ponto relevante é a ética industrial. A retirada gradual de metais cuja exploração ocorre em áreas de conflito ou sob condições precárias de trabalho atende a pressões de consumidores e investidores por práticas mais responsáveis no setor automotivo.

Expectativas para os próximos anos

Com a bateria LMR, a Ford poderá posicionar-se entre as líderes tecnológicas da próxima década. Caso consiga escalar a produção, terá condições de fornecer a nova solução a diferentes segmentos de sua linha, desde modelos populares até utilitários maiores.

Estados Unidos, Europa e China devem ser os primeiros mercados a receber os veículos equipados com a nova bateria, refletindo as diretrizes regulatórias mais rígidas desses países em relação à sustentabilidade e eletrificação.

Ainda sem previsão oficial de lançamento comercial, a empresa aposta em uma produção gradativa, com testes em ambiente real já em andamento. A velocidade de adoção dependerá dos resultados técnicos e da capacidade de expansão industrial.

Conclusão técnica e projeções

O Mustang Mach-E é o SUV elétrico da Ford que combina desempenho esportivo com autonomia avançada, mantendo o espírito ousado da lendária linha Mustang.
O Mustang Mach-E é o SUV elétrico da Ford que combina desempenho esportivo com autonomia avançada, mantendo o espírito ousado da lendária linha Mustang.

O desenvolvimento da bateria LMR simboliza uma tentativa concreta de romper barreiras econômicas e logísticas da eletrificação veicular. Embora seja prematuro afirmar seu sucesso definitivo, a existência de uma linha piloto indica que o projeto já superou a fase de conceito e pode estar próximo da validação industrial.

Com a meta de reduzir custos, aumentar a autonomia e contornar os entraves logísticos da cadeia de metais raros, a Ford se posiciona como uma das empresas a observar nos próximos ciclos de inovação automotiva.

O setor deverá acompanhar atentamente os desdobramentos da tecnologia, que poderá influenciar diretamente não apenas o preço dos veículos, mas também o ritmo da transição energética global.

Fonte: Corporate, Topgear, Usatoday e Insideevs.

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