Paolla Oliveira encara o papel mais denso da carreira e se emociona em entrevista

A atriz Paolla Oliveira, aos 43 anos, destacou a relevância profissional de assumir o papel de Heleninha Roitman no remake da novela Vale Tudo. Em entrevista concedida ao programa Roda Viva, da TV Cultura, a artista compartilhou suas impressões sobre o convite para dar vida a uma personagem icônica da teledramaturgia brasileira.

Eu quis muito esse personagem. Eu acho que já seria suficiente por ser um grande trabalho, grande novela e grande remake, e ser uma personagem que foi eternizada por uma grande atriz, que eu admiro demais que é a Renata Sorrah. Mas eu sinto que tinha mais, eu sinto que foi um chamado”, afirmou Paolla Oliveira durante a entrevista. Ela revelou que, inicialmente, considerou improvável a oportunidade de interpretar Heleninha Roitman, mas a ideia permaneceu presente em seus pensamentos, indicando uma conexão particular com o papel.

A atriz ressaltou a percepção popular de Heleninha como um estereótipo, frequentemente associada à crise, ao escândalo ou ao alcoolismo. No entanto, Paolla Oliveira expressou uma visão mais aprofundada da personagem, enxergando-a além dessas definições superficiais. “Mas aquilo ficou dentro de mim. A Heleninha, o que eu tenho na minha cabeça é que a gente tem uma ideia dela como um estereótipo. A mulher da crise, do escândalo, a bêbada, a gente tem esse estereótipo, mas para mim ela é mais,” pontuou a atriz.

Complexidade e desafios da personagem

Para Paolla Oliveira, a personagem Heleninha Roitman representa mais do que uma mulher em situação de crise. Ela a descreve como alguém com múltiplas camadas, enfrentando significativos desafios e conflitos internos. A atriz enfatizou que a condição do alcoolismo, reconhecida como uma doença mental, leva Heleninha a se distanciar de seus entes queridos e a ter dificuldades em se sentir amada e acolhida em seu ambiente familiar. “Ela é mais do que uma mulher em crise, é uma mulher com tantas camadas, com tantos desafios e conflitos. É uma mulher que por conta dessa condição, do alcoolismo porque o alcoolismo é considerado uma doença mental, ela se afasta da família, de quem ela ama e não consegue se sentir amada”, explicou Paolla Oliveira.

Perspectiva sobre o papel e a doença

A artista manifestou sentir-se atraída pela oportunidade de desconstruir os estereótipos ligados à personagem e abordar de forma mais completa a sua jornada. Ela vê no papel um desafio de ir além das aparências e explorar a constante busca de Heleninha por se redefinir e encontrar formas de superar suas dificuldades. Paolla Oliveira expressou a crença de que a sociedade brasileira está preparada para discutir temas como o vazio existencial e o alcoolismo, reconhecendo a condição como uma doença que demanda compreensão e tratamento. “Talvez esse desafio de ir para além dos estereótipos e de falar mais sobre essa mulher que está o tempo inteiro tentando se auto redefinir, sobreviver a isso… E eu acho que o Brasil tem condições de falar sobre esse vazio e discutir, já sabendo que é uma doença.” , concluiu.

 

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