A necessidade de sono varia amplamente entre os indivíduos. Enquanto a maioria das pessoas funciona melhor dormindo entre sete e nove horas por noite, há uma minoria capaz de se manter saudável e produtiva com apenas três ou quatro horas de descanso. Essa diferença chamou a atenção da ciência, que busca entender os mecanismos biológicos por trás dessa habilidade incomum.
Uma mutação genética surpreendente
Pesquisadores da Universidade da Califórnia em São Francisco conduziram um estudo pioneiro para investigar essa questão. Eles identificaram uma mutação rara no gene SIK3, publicada na revista Proceedings of the National Academy of Sciences. Essa descoberta representa um avanço importante, sugerindo que fatores genéticos podem influenciar diretamente o tempo de sono necessário para a restauração do organismo.
O estudo analisou o DNA de indivíduos que relatam dormir pouco naturalmente e ainda assim se sentirem bem. A variação no gene SIK3 afeta a produção de uma enzima envolvida na comunicação entre os neurônios. Essa enzima, mais ativa nos portadores da mutação, parece alterar o modo como o cérebro regula o sono e promove sua recuperação.
Um sono mais eficiente
A principal implicação dessa mutação genética está na eficiência dos processos reparadores realizados durante o sono. Enquanto a maioria precisa de mais tempo para consolidar memórias, desintoxicar o corpo e restaurar funções vitais, esses indivíduos parecem fazer tudo isso mais rapidamente.
A mutação no gene SIK3 pode acelerar a homeostase cerebral, processo responsável por equilibrar o sono com base na vigília. Com sinapses mais ativas, o cérebro reorganiza-se de forma mais eficaz em menos tempo, reduzindo a necessidade de longas horas de descanso.
Em resumo, essa descoberta genética ajuda a explicar por que algumas pessoas conseguem dormir menos sem prejuízos à saúde. Além de revelar a complexidade do sono humano, ela pode abrir caminhos para novos tratamentos de distúrbios relacionados ao sono no futuro. As informações são do Metrópoles.
Já reparou?
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