Dia da Matemática: veja dicas para se sair bem na disciplina

Nesta terça-feira, 6, é comemorado no Brasil o Dia Nacional da Matemática, disciplina considerada difícil por muitos, mas que está presente na rotina: no calendário, no marcador das horas do relógio, no preço dos produtos e serviços que consumimos e nas operações financeiras que realizamos diariamente.

A data é um convite para pensar na importância do aprendizado da disciplina: o estudo da matemática prepara o indivíduo para um mercado de trabalho cada vez mais competitivo e orientado por indicadores quantitativos. Diversas áreas e profissões valorizam quem domina competências e conceitos matemáticos e de raciocínio lógico, pois eles são a base para modelagem de cenários, otimização de processos, projeções de crescimento econômico, entre outras tarefas do mundo do trabalho.

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Mas o nosso país está entre os piores do mundo em matemática, na posição 55 (entre 58 países estudados) do ranking internacional de matemática da pesquisa Timms (Estudo Internacional de Tendências em Matemática e Ciências, na sigla em inglês) – o mesmo estudo mostra que apenas 1% dos estudantes brasileiros do 4º e do 8º ano atingiram o nível máximo de proficiência na disciplina. Outro dado alarmante é do relatório do Todos Pela Educação e do Iede, que mostra que só 5,2% dos alunos que estavam no 3º ano do Ensino Médio na rede pública em 2023 tinham o nível de aprendizagem de matemática considerado adequado.

Embora a matemática seja frequentemente vista como um grande desafio pelos estudantes brasileiros, ela é essencial para o desenvolvimento de habilidades que vão muito além da sala de aula. Dominar conceitos matemáticos é um diferencial para a vida pessoal e profissional, especialmente em um mundo cada vez mais orientado por dados e tecnologia. Pensando nisso, reunimos a seguir dicas de especialistas para tornar o aprendizado da matemática mais acessível, prazeroso e eficaz.

1. Matemática não é difícil

Para os professores de matemática do Brazilian International School (BIS) Jurema Conde, Renato Shiotuqui e Renato Rodrigues (Tião), adotar uma postura de explorador ao estudar a disciplina, questionando, testando hipóteses e registrando raciocínios, transforma conceitos antes abstratos em ideias claras e solucionáveis no papel. “Encarar cada problema como um desafio a ser desvendado muda o temor em curiosidade. Com prática regular, até os tópicos mais avançados passam a ser percebidos como uma sequência lógica de passos, e não como obstáculos intransponíveis”, diz Conde. Os professores recomendam começar pelos fundamentos de cada tema e avançar gradualmente, celebrando pequenas conquistas ao longo do caminho.

2. Todos podem aprender Matemática

Os educadores reforçam que não existe um perfil pré-definido para quem aprende matemática. Eles orientam os estudantes a ajustarem o ritmo de estudo ao seu próprio estilo de aprendizagem, utilizando exemplos do cotidiano para criar conexões que facilitem a assimilação de novos conceitos. “Incorporar jogos, aplicativos e situações práticas, como calcular descontos em compras, torna o aprendizado mais atrativo e significativo”, diz Shiotuqui.

No BIS, os professores trabalham a matemática de forma humanizada, atentos aos bloqueios emocionais que podem dificultar a aprendizagem. Com escuta ativa e estratégias acolhedoras, ajudam os alunos a desenvolver uma relação mais leve e positiva com a disciplina. Paralelamente, há um trabalho sério e consistente voltado à excelência acadêmica, com foco na preparação para vestibulares e olimpíadas matemáticas. “Essa combinação entre acolhimento e rigor forma alunos confiantes, bem preparados e capazes de enxergar a Matemática como uma aliada no seu percurso formativo”, diz Rodrigues.

3. Estude com rotinas e processos

Para o professor de matemática e responsável pelo Núcleo de Estudos Olímpicos da Escola Internacional Alphaville, Matheus Hisnauer, uma boa dica para o estudo da disciplina é definir blocos semanais de revisão e prática sistemática, intercalando teoria e muitos exercícios, para que o aprendizado seja progressivo. “Um plano de estudos consistente é como um mapa: sem ele, perdemos tempo.” Hisnauer recomenda o uso de checklists e metas diárias, que estimulam o senso de progresso e mantêm a disciplina. “Registrar o desempenho em cada tema também ajuda a identificar pontos fracos e a ajustar o cronograma de forma dinâmica”, acrescenta.

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4. Não decore, entenda os conceitos

Ainda segundo o professor da Escola Internacional Alphaville, em vez de decorar fórmulas, o ideal é compreender as razões por trás de cada regra. Ele recomenda investigar os “porquês”, pois isso garante autonomia para aplicar os conceitos em situações inéditas. “Resolver exercícios sistematicamente, elaborar seus próprios exemplos e explicar o raciocínio em voz alta a um colega ou a si mesmo também reforça a compreensão profunda”, complementa. Esse método promove flexibilidade mental, essencial para enfrentar problemas que fogem do padrão dos exercícios de livros.

Fundado em 2024, o Núcleo de Estudos Olímpicos da escola promove aulas preparatórias alinhadas a essa filosofia, e os resultados têm sido expressivos: os alunos vêm se destacando em diversas competições acadêmicas. No Concurso Canguru de Matemática Brasil, conquistaram 57 medalhas; na Olimpíada Internacional de Matemática e do Conhecimento (OIMC), foram 24 medalhas; na Olimpíada do Tesouro Direto de Educação Financeira (OLITEF), dez medalhas; e na Olimpíada Brasileira de Raciocínio Lógico (OBRL), cinco medalhas.

Na Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas e Privadas (OBMEP), obtiveram uma medalha de bronze regional pela região Sudeste e trÊs menções honrosas em nível nacional. Além disso, dois alunos receberam destaque nacional no Desafio BTG Pactual de Educação Financeira.

5. Estude em boas condições (físicas e mentais)

A professora de matemática da Escola Bilíngue Aubrick, Cristine Tolizano, afirma que “ambientes organizados e pausas regulares são essenciais para o cérebro assimilar informações complexas”. Ela aconselha manter o local de estudo bem iluminado, livre de ruídos, e incluir breves momentos de alongamento ou meditação para renovar a concentração. “Hidratação adequada e pequenas refeições saudáveis entre as sessões de estudo também potencializam o rendimento cognitivo”. Segundo Cristine, cuidar do corpo e da mente cria a base necessária para enfrentar longos períodos de resolução de problemas com energia e foco.

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6. Matemática também é para meninas e mulheres

A professora da Aubrick chama atenção para o histórico de subinvestimento em meninas nas ciências exatas. Ela defende que professores, escolas e famílias devem dedicar atenção igualitária, criando programas de mentoria, laboratórios acessíveis e competições inclusivas.

“Precisamos descontruir os estereótipos e oferecer às meninas e mulheres os mesmos recursos e estímulos que meninos e homens têm acesso. Não as estimular é limitar o potencial de metade da população. Investir em meninas é investir no futuro da ciência”, diz Cristine, afirmando que ampliar a participação feminina gera diversidade de ideias e acelera descobertas em todas as áreas matemáticas.

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