Fim de recesso, depois de algumas andanças pelo Brasil afora, volto à realidade. E, de imediato, me deparo com uma situação que me instigou a pensar. Cheguei na véspera da inauguração do Viaduto Edmundo Hoppe, obra sonhada, prometida por décadas e, enfim, concretizada e entregue à comunidade. É importante enfatizar que esse ousado empreendimento foi executado com recursos do município, ou seja, de nossa gente, o que torna ainda mais relevante essa conquista.
Não sei avaliar ao certo o que significa, do ponto de vista político, uma placa afixada junto a uma obra. Autoria? Reconhecimento? Gratidão? Talvez a soma de tudo isso e um afago na autoestima de quem crava seu nome na pedra fria.
Faço este registro por duas razões: primeiro, pelo gesto do prefeito Sérgio Moraes em creditar o mérito da obra a sua antecessora e adversária política, fato já amplamente reconhecido e aplaudido porque foi, de fato, na gestão de Helena Hermany que se concebeu e foi executado grande parte do projeto do viaduto; segundo, porque aquele momento poderia ter sido ainda mais engrandecido por um gesto simples, mas que teria imenso significado para a comunidade.
Talvez eu seja uma voz dissonante ou até inconveniente. Mas se estivesse no lugar da ex-prefeita, retribuiria o justo reconhecimento pela execução da obra gravando na placa que ficará para a história de Santa Cruz do Sul uma menção à administração que herdou e concluiu – diferenças políticas à parte – um projeto que não era só de um governo, mas de uma comunidade.
Por certo no âmbito da política deve ser mais difícil dividir e reconhecer um mérito, até mesmo no momento de se engrandecer. Mas, convenhamos, há situações em que dividir não é se diminuir. É se empoderar com uma atitude de grandeza, que desperta reconhecimento e gratidão.
De qualquer forma, é preciso reconhecer que o cenário onde se movimentam os atores políticos em nossa Santa Cruz do Sul se mostra promissor. Superamos o ímpeto pela ruptura, movido por ranços e por razões políticas e ideológicas, e nos encaminhamos para uma postura mais cidadã.
A própria ex-prefeita Helena já havia dado mostras de que o interesse da comunidade deve estar acima de divergências políticas quando deu sequência a projetos importantes de seus antecessores, como o prédio do Centro Administrativo, iniciado ainda no governo de Kelly Moraes, esquecido em gestões posteriores e que ela decidiu executar, mesmo que seja concluído somente pela atual administração; o término da polêmica e desgastante obra do calçadão na Marechal Floriano, projetado no governo de Telmo Kirst e que, por sinal, avança agora para novas frentes sob a responsabilidade desta administração.
Várias obras mais corroboram esta visão que privilegia o bem do município e de sua gente acima do interesse político-partidário. Será benéfico para todos se as sucessivas administrações municipais exercitarem e consolidarem esse modelo de gestão onde o personalismo dá lugar a uma perspectiva mais plural e cidadã.
A população só terá a agradecer!
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