A próxima geração do BMW M3 já está em desenvolvimento e marcará uma transição importante na linha esportiva da marca. Mesmo com o avanço da eletrificação no setor automotivo, a BMW optou por manter uma versão com motor a combustão interna, atendendo ao público mais tradicional. Ao mesmo tempo, prepara uma nova opção elétrica com desempenho superior ao atual, equipada com arquitetura de 800 volts.
O novo M3 terá como base a plataforma Neue Klasse, programada para estrear ainda em 2025 na Série 3 convencional. A versão esportiva, no entanto, chegará posteriormente, entre o fim de 2026 e o início de 2027. A confirmação da manutenção do motor seis-cilindros foi feita por Mike Reichelt, chefe do projeto Neue Klasse, em entrevista ao portal britânico Top Gear.
Segundo a BMW, essa decisão visa preservar a identidade da linha M e garantir transições tecnológicas sem abandonar a experiência esperada por condutores que ainda não aderiram aos modelos elétricos. O modelo a combustão usará um novo tipo de motor seis-cilindros, ainda sem nome confirmado, mas que deve substituir o atual S58, um biturbo de 3.0 litros que equipa o M3 atual com até 523 cv.
Motorização e versões

A principal mudança técnica no novo M3 será a oferta simultânea de duas abordagens distintas. De um lado, um novo motor a gasolina, provavelmente híbrido ou com aprimoramentos de desempenho. De outro, a introdução da versão 100% elétrica com potência estimada em mais de 700 cavalos, o que representaria um salto relevante em relação à geração atual.
Ainda sem detalhes sobre o torque e aceleração, a BMW antecipou que não busca mais recordes em arrancadas. A prioridade está na precisão dinâmica. Isso foi reforçado com a introdução de um novo sistema de gerenciamento eletrônico chamado “Heart of Joy”, que controlará motor, freios, regeneração de energia, recarga e direção.
Esse novo sistema será capaz de processar informações com velocidade até dez vezes maior do que os sistemas anteriores. A intenção da BMW é entregar uma experiência de condução mais previsível, em que o carro respeite fielmente a trajetória determinada pelo ângulo de esterço, reduzindo correções em curvas.
- Motor seis-cilindros confirmado, mas diferente do atual S58
- Versão elétrica ultrapassará 700 cv
- Controle eletrônico central “Heart of Joy” será inédito
Desempenho e comportamento dinâmico

A nova central de comando eletrônico representa um novo conceito dentro da divisão M. Com ela, a marca afirma ser possível focar menos em números como 0 a 100 km/h e mais em controle em curvas, comportamento em pista e precisão de reações. Isso marca um reposicionamento conceitual do M3, priorizando uma experiência mais próxima da direção analógica, mesmo em um carro eletrificado.
Ainda não se sabe se o novo sistema será personalizável em diferentes modos de condução ou se será um padrão fixo aplicado a todos os modelos da nova geração. O que se sabe é que ele será uma das bases para todos os futuros modelos esportivos da linha Neue Klasse.
Enquanto outras marcas como a Mercedes-Benz adotam motores menores, como os quatro-cilindros híbridos no C63, a BMW afirma não seguir esse caminho com o M3. A justificativa da marca é que motores menores comprometem o equilíbrio de performance exigido por esse tipo de veículo. Assim, mesmo com atualizações tecnológicas, a BMW mantém o foco em propulsão de alta capacidade.
Linha do tempo e expectativas

A primeira aparição da nova Série 3 com base na arquitetura Neue Klasse está prevista para ocorrer ainda em 2025. A linha M, incluindo o novo M3, chegará depois, com projeção de mercado para o fim de 2026 ou início de 2027. A BMW deve manter o padrão de apresentar as variantes esportivas alguns meses após o lançamento das versões convencionais.
Ainda não foram divulgados valores, versões ou pacotes opcionais para o novo M3. Também não se sabe se haverá uma separação clara entre a versão elétrica e a a combustão, como ocorreu em outros modelos da marca, ou se ambas serão integradas em uma mesma linha com diferenciação visual e técnica.
O fato de a fabricante seguir com dois caminhos distintos — elétrico e gasolina — mostra que a BMW pretende atingir públicos diferentes dentro do segmento premium esportivo, oferecendo alternativas que atendem a diferentes expectativas de uso, desempenho e sensibilidade ao volante.
Mercado e posicionamento

A BMW aposta na fidelidade de seus clientes tradicionais, que ainda preferem o ronco do motor e o comportamento de um carro a combustão, mesmo que atualizado tecnologicamente. Ao mesmo tempo, quer atrair consumidores mais jovens e conectados ao futuro da mobilidade, com uma proposta elétrica de alto desempenho.
Ao manter o M3 com um seis-cilindros e apresentar um elétrico com mais de 700 cv, a marca amplia seu espectro de atuação e responde a uma tendência de coexistência entre propulsões. No segmento dos sedãs esportivos, essa postura pode oferecer vantagem estratégica frente aos concorrentes, que já abandonaram a motorização tradicional em busca de metas ambientais.
A estratégia da BMW, portanto, é conservar o legado da sigla M sem interromper sua evolução. A nova geração do M3 será, ao mesmo tempo, uma continuidade e uma ruptura — preservando o motor de seis cilindros, mas inserindo a eletrificação como um novo pilar técnico para os próximos anos.
Fonte: UOL.
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