O primeiro fim de semana da 17ª Festa Nacional do Chimarrão (Fenachim), realizada no Parque Municipal do Chimarrão, em Venâncio Aires, foi marcado por movimento intenso, clima ensolarado e a presença maciça do público. De acordo com estimativas dos organizadores, entre 50 mil e 60 mil pessoas circularam pelo parque entre quinta-feira e domingo. Uma marca a ser comemorada, uma vez que o reencontro e reconstrução são palavras que marcam a primeira Fenachim pouco após um ano da tragédia climática que atingiu o Rio Grande do Sul e que consequentemente cancelou a festa.
Logo na entrada do parque, o grande fluxo de visitantes chamou atenção. Famílias, casais, grupos de amigos e excursões lotaram os pavilhões, estandes e praças de alimentação. Para muitos, o fim de semana foi a oportunidade perfeita de conhecer ou reencontrar o evento que carrega no nome e na essência o símbolo do chimarrão, bebida tradicional gaúcha que une gerações e faz a criatividade de empreendedores se destacar.
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No centro de tudo, a erva-mate não aparece apenas no mate servido pelos frequentadores, ela se transforma em produto, tema e inspiração. Na Escola do Chimarrão, um dos espaços mais visitados do parque, o público pôde experimentar variações da bebida, além de aprender mais sobre modos de preparo e utensílios. A relação entre tradição e inovação também pôde ser percebida no comércio, onde empresas como a Top Cuias, de Lajeado, apostam em tecnologia e sofisticação para valorizar o costume do matear.
“Hoje o que está no gosto do pessoal é a cuia de madeira”, explica Talison Gregory, funcionário da empresa que participa pela primeira vez da Fenachim. “Muita gente não toma chimarrão todo dia, deixa a cuia guardada. E a de madeira absorve menos umidade, o que reduz odores e aumenta a durabilidade. Por isso, ela virou nosso carro-chefe.”
Além das cuias, o estande atrai olhares com as bombas de chimarrão, em especial o modelo conhecido como “mil furos”. “É uma tecnologia da Serra Gaúcha, da Bortonaggio. Uma máquina faz 500 furos de cada lado do bojo da bomba. Com isso, o fluxo é melhor e dispensa o uso de filtro, a famosa camisinha da bomba”, detalha Talison. A empresa, que completa dez anos em 2025, também trabalha com bombas artesanais de alpaca, material semelhante à prata e muito valorizado por consumidores mais exigentes.
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Para os visitantes, o passeio pela Fenachim tem sido uma mistura de encantamento e descoberta. Silvane Klunck, de 54 anos, moradora de Cruzeiro do Sul e trabalhadora da indústria, visitou a festa pela primeira vez. “Eu não costumo ir a muitas feiras, mas estou gostando bastante. Está tudo muito bem colocado e com coisas bem interessantes”, relatou enquanto procurava a Escola do Chimarrão. A curiosidade, segundo ela, era ver de perto a preparação do mate decorado e talvez até experimentar um feito na hora.
A atmosfera do evento, que mistura tradição, gastronomia, comércio e atrações culturais, também é um dos fatores que contribuem para o sucesso. Durante o fim de semana, os visitantes puderam acompanhar shows musicais, atividades esportivas e ações culturais espalhadas pelos diversos espaços do parque.
Para o metalúrgico Edemar Schuster de 54 anos e a aposentada Eloir Antonia da Silva de 60 anos a feira tem um significado diferente, embora ambos sejam de Arroio do Meio, ele compareceu pela primeira vez, enquanto Eloir disse se reencontrar com o local depois de muitos anos,“faziam muitos anos que eu não vinha aqui, era mais comum quando era pequena, tanto que não lembrava mais como funcionava um moedor de erva-mate”
A Fenachim segue até o próximo sábado, dia 11, com nova expectativa de grande público para o segundo fim de semana.
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