Desde 2021, a NASA vinha executando um ambicioso projeto em Marte com o rover Perseverance, que percorreu o planeta depositando amostras de rochas e regolitos em tubos selados. A ideia era resgatar esse material futuramente e trazê-lo à Terra, em uma missão conjunta com a Agência Espacial Europeia. Mas o custo elevado e os atrasos colocaram a continuidade do plano em xeque.
Pontos Principais:
- NASA suspendeu missão de retorno de amostras de Marte por custos elevados.
- China planeja missão Tianwen-3 para 2028 com coleta direta de solo marciano.
- Projeto chinês é mais simples e menos caro que o plano da NASA.
- Governo chinês convidou outros países a participarem da missão.
Em 2024, diante de uma projeção que elevava os custos entre US$ 7,7 bilhões e US$ 11 bilhões, a agência espacial americana decidiu interromper o desenvolvimento do programa Mars Sample Return. A decisão não significou um cancelamento definitivo, mas um adiamento drástico. A NASA passou a analisar alternativas para uma retomada, seja por meio de uma nova arquitetura desenvolvida pelo JPL, seja com o envolvimento direto da iniciativa privada.

No início de 2025, foi anunciado que qualquer definição sobre o futuro da missão ficaria para 2026. Essa hesitação abriu uma janela de oportunidade para a China, que já vinha estruturando sua própria abordagem para recuperar material marciano. A missão Tianwen-3, prevista para 2028, foi construída com um conceito mais direto e menos custoso do que o da NASA, embora com propósitos semelhantes.
A diferença central entre os dois projetos está na complexidade. Enquanto o plano americano exigia múltiplas etapas e robôs especializados para recolher tubos espalhados por diversos pontos do planeta, o modelo chinês prevê a coleta de amostras diretamente na área de pouso. Essa abordagem simplifica o escopo técnico da missão e reduz o risco operacional.
Apesar da simplicidade, a Tianwen-3 tem ambições científicas claras: analisar amostras do solo marciano em laboratórios terrestres para identificar sinais de componentes químicos relevantes ou mesmo vestígios de vida microscópica. Com o recuo americano, a China pode se tornar a primeira nação a realizar esse feito, reforçando sua ascensão como potência espacial.
Além disso, em um movimento de diplomacia científica, o governo chinês abriu convite a outras nações interessadas em participar da missão. A estratégia indica não apenas uma tentativa de dividir custos ou conhecimento, mas de ampliar sua liderança global na área de exploração interplanetária. Isso também reforça a imagem da China como um novo polo de cooperação em ciência e tecnologia de ponta.
A missão Tianwen-3 ainda será precedida por outro lançamento: a Tianwen-2, que deve decolar em 2025 com destino a um asteroide próximo à Terra. Esta etapa servirá como uma prova de conceito das tecnologias envolvidas no transporte e na coleta de amostras espaciais, pavimentando o caminho para o projeto marciano e consolidando a estratégia espacial de longo prazo da China.
Fonte: Oglobo e Terra.
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