Carlos Lupi pede demissão e deixa o Ministério da Previdência após escândalo de fraudes no INSS

O ministro Carlos Lupi oficializou nesta sexta-feira seu pedido de demissão da pasta da Previdência Social, após pressão gerada pela operação da Polícia Federal que expôs fraudes em cobranças feitas a aposentados e pensionistas. A operação, batizada de Sem Desconto, identificou irregularidades na atuação de entidades autorizadas pelo INSS a debitar valores diretamente nos benefícios previdenciários. O escândalo, revelado pelo Metrópoles, atingiu diretamente o núcleo do instituto, com afastamentos e exonerações.

Pontos Principais:

  • Carlos Lupi pediu demissão após operação da PF contra fraudes no INSS.
  • Ministro foi avisado sobre os desvios em 2023 e não tomou providências.
  • Reportagem revelou aumento de faturamento e descontos sem autorização.
  • Governo demitiu presidente do INSS e investigados foram afastados.

A crise se agravou quando veio à tona que Lupi havia sido informado sobre os problemas já em 2023 e, mesmo assim, não tomou providências. Ainda que seu nome não tenha aparecido entre os investigados, a demora em agir pesou politicamente. Além disso, ele bancou publicamente a indicação do então presidente do INSS, Alessandro Stefanutto, mesmo após Lula ordenar sua demissão.

Carlos Lupi entregou o cargo nesta sexta após crise gerada pela revelação de fraudes no INSS. Lula aceitou a saída após desgaste político com o caso. - Foto: Zeca Ribeiro/Câmara dos Deputados
Carlos Lupi entregou o cargo nesta sexta após crise gerada pela revelação de fraudes no INSS. Lula aceitou a saída após desgaste político com o caso. – Foto: Zeca Ribeiro/Câmara dos Deputados

As denúncias começaram com uma série de reportagens baseadas em dados obtidos via Lei de Acesso à Informação, revelando que 29 entidades elevaram em até 300% seu faturamento anual enquanto enfrentavam mais de 60 mil ações judiciais. Os beneficiários, em sua maioria idosos, relataram nunca ter autorizado os descontos, que variavam entre R$ 45 e R$ 77 mensais.

Com a repercussão, a Controladoria-Geral da União e a Polícia Federal iniciaram investigações que culminaram na operação de abril. O INSS também abriu processos internos e exonerou o diretor de Benefícios, André Fidelis. As apurações seguem em sigilo, mas já provocaram um abalo institucional que exigiu respostas do governo.

Lupi afirmou, em nota divulgada nas redes, que sempre apoiou as investigações e que sua decisão foi tomada para preservar a credibilidade da pasta. Ele reforçou que não há citação direta a seu nome, mas disse esperar que os responsáveis sejam punidos com rigor. A atitude visa também evitar que o desgaste se estenda ao governo Lula, que tenta blindar-se de acusações de omissão.

A resistência inicial do ministro em afastar Stefanutto causou desconforto no Planalto. Lula teria ficado insatisfeito ao ver seu comando direto ser ignorado logo após o lançamento da operação. Na época, Lupi manteve o apoio público ao aliado e elogiou sua conduta, o que contrastou com o cenário revelado pela investigação.

A queda de Lupi sela um capítulo de fragilidade na fiscalização de benefícios sociais, justamente em um momento em que o governo tenta reforçar a imagem de responsabilidade e ética pública. O caso expõe as brechas que ainda permitem o uso da máquina estatal para favorecimento privado, e reacende o debate sobre transparência e controle dentro do sistema previdenciário.

Fonte: Poder360 e Metropoles.

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