Um ano após a enchente: comunidade de Sinimbu se une em gesto de reconhecimento e gratidão

Quando o relógio indicou 15h30, pessoas que nesse mesmo horário há exatamente um ano choravam e, desesperadas, viam seus bens serem perdidos e vidas em risco, nessa quarta-feira, 30, apresentavam um semblante de alívio e gratidão. O horário que, em 30 de abril de 2024, assinalava o pico da enchente em Sinimbu marcou nessa quarta, o início de uma cerimônia na Praça do Monumento ao Imigrante em homenagem aos voluntários, forças de segurança, empresas e entidades que auxiliaram no pior momento da história do município. 

Sob o céu azul, a comunidade foi presenteada com apresentações da banda do 7º BIB, da jovem Rafaela Vitalis, que tocou o Hino de Sinimbu, e o Grupo Elas Violão em Canto. Em nome das igrejas, o padre da Paróquia Nossa Senhora da Glória, Leão Gomes da Silva, e o pastor da Paróquia Evangélica de Confissão Luterana, Jair Quinot, conduziram um momento de reflexão e fé. 

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O presidente da Cacis, Thomas Koch, evidenciou a força dos empresários e da comunidade para retornar à normalidade. “Foram dias de muita dor, de perdas, materiais, bens, mas hoje relembramos e vemos que nos reerguemos”, disse ao lembrar da mobilização.

Da mesma forma, o prefeito Wilson Molz enfatizou a necessidade de reconhecer todos os que ajudaram o município. “Sonhos, planos e histórias foram levados. Veio lama, entulhos, mas também amigos. Vimos coisas extraordinárias, uma avalanche de apoio, por isso não cansamos de agradecer.”

Solidariedade fez a diferença nas escolas

Outra ação de agradecimento foi realizada minutos antes na Escola Municipal Nossa Senhora da Glória. Estudantes, voluntários e representantes de empresas e entidades conferiram apresentações e uma exposição.

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Preparada por alunos, a mostra conta com objetos resgatados na enchente, fotos que trazem a situação da escola e do município, assim como ações e relatos que marcaram a catástrofe e os momentos subsequentes à enchente. O educandário, que conta com 470 alunos, ficou fechado por 45 dias em razão das perdas que ocorreram no primeiro andar. Nesse local ficavam materiais de salas de aula, de informática, biblioteca, refeitório, entre outros. Tudo foi inutilizado, já que a água alcançou quase dois metros de altura. 

Claisi e Janesca: suporte para recomeçar

Ao lado da assessora dos anos finais Janesca Wegner, a diretora Claisi Goetze Behling conta que a escola deve ter recebido em torno de R$ 1 milhão em doações.

“Na biblioteca, cerca de 10 mil livros foram perdidos e era algo que nossos alunos sentiram muita falta. Logo conseguimos, através de doações, encher as prateleiras novamente. Além disso, todas as salas e espaços estão com equipamentos e utensílios novamente, tudo vindo de doações”, reconhece. Ela lembra que muitas pessoas procuraram a instituição para ajudar. 

Restauração da ponte

Contrato para o início da restauração foi assinado nessa terça

Momento aplaudido e muito esperado pela comunidade, a restauração da Ponte Centenário deverá começar em breve. Durante a cerimônia, houve a assinatura do contrato com a FG Construtora, responsável pela obra. No ato, participaram representantes da empresa JTI, o prefeito Wilson Molz e a ex-prefeita Sandra Backes. 

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O prefeito destacou que a parceria entre a empresa e o poder público garantirá o reestabelecimento de uma importante conexão entre cidade e interior, e também preservar a história e a cultura das quais a travessia é um marco. 

A partir do início da obra, a expectativa é de que em cerca de seis meses a nova estrutura esteja liberada para o trânsito de veículos. Desde a enchente, a ponte só pode ser utilizada por pedestres e motos. 

Doação de carinho em forma de trabalho para quem mais precisa

Maria confeccionou cortinas para escolas
Maria confeccionou cortinas para escolas

Auxiliando na separação de doações que chegavam à Comunidade Evangélica, Maria Lisane Overbeck, 61 anos, quis fazer mais. Artesã há mais de 40 anos, conhecida no município, foi procurada para auxiliar na confecção de cortinas para a escola Nossa Senhora da Glória e também para a Escola Municipal de Educação Infantil Criança Feliz. Ambas foram fortemente atingidas pela enchente.

Maria não pensou duas vezes e atendeu ao pedido. Em questão de dois dias, estava com 46 cortinas prontas para a Emei. Depois, produziu cem unidades para a Emef. “Ajudei com muito carinho. Na minha casa não fomos atingidos, então nada mais justo do que ajudar da forma que eu podia”, diz ela, que se dedica a ações da Comunidade Católica.

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