
Fogo iniciado em estação da CPFL em setembro teria provocado devastação ambiental em mais de 2 mil hectares, segundo a Polícia Ambiental. Dados constam no Painel Verde do Governo do Estado de SP. CPFL é autuada em R$ 12 milhões após perícia constatar que fogo de incêndio teve início na rede de distribuição elétrica no interior de SP
Polícia Ambiental/Divulgação
Um levantamento divulgado pelo Painel Verde, do Governo do Estado de São Paulo, colocou os municípios de Álvaro de Carvalho (SP) e Garça (SP) entre os que mais registraram destruição de vegetação nativa no estado em 2024. As cidades ocupam, respectivamente, o segundo e o terceiro lugares no ranking estadual, atrás apenas de Barretos (SP).
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1º lugar – Barretos: 803,14 hectares;
2º lugar – Álvaro de Carvalho: 616,98 hectares;
3º lugar – Garça: 489,1 hectares.
Segundo a Polícia Ambiental, um dos principais fatores que contribuíram para a devastação foi um incêndio de grandes proporções iniciado em setembro em uma estação da Companhia Paulista de Força e Luz (CPFL).
Segundo o tenente Lopes, da Polícia Militar Ambiental do Estado de SP, o incêndio na estação consumiu 189 hectares em área de preservação. Em entrevista ao g1, o militar também citou outros prejuízos adjacentes à ocorrência.
“Além disso, a fauna local também é severamente atingida, pois a vegetação nativa e ampla do local serve de lar para diversas espécies, inclusive de grande porte e no topo da cadeia alimentar. Essas espécies podem, inclusive, fugir para rodovias próximas, aumentando o risco de acidentes. Por último, podemos elencar a questão da fumaça, que prejudica muito a saúde dos moradores locais e de cidades próximas da região”, explica.
O fogo se espalhou rapidamente, atingindo dezenas de propriedades rurais em Álvaro de Carvalho e Garça.
A investigação apontou que a área onde o incêndio começou não recebia a manutenção adequada. A perícia técnica revelou que mais de 2 mil hectares foram afetados em 31 propriedades, incluindo Áreas de Preservação Permanente (APPs). Como resultado, foram emitidos 75 autos de infração ambiental.
A CPFL foi multada em R$ 12 milhões por sua responsabilidade no caso, segundo a Polícia Ambiental. Em nota divulgada na época, a empresa lamentou o ocorrido, mas negou responsabilidade, afirmando que apresentaria sua versão dos fatos no momento oportuno.
Tenente Lopes completa que a área segue em recuperação natural. Imagens mostram a evolução do reflorestamento com mata nativa da área.
“O principal obstáculo dessa regeneração natural é principalmente a ação humana, quando é utilizado o local para agropecuária, seja para plantio de diversas culturas, ou seja, para a utilização também de animais, principalmente bovinos, que acabam pisoteando áreas ali de APP e dificultando a regeneração nativa da vegetação nesses locais, principalmente ao redor de nascentes, que são de suma importância para a preservação dos recursos hídricos da região” conta.
Confira o antes e depois da área
Área em Garça (SP) segue em recuperação natural
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Ainda de acordo com o tenente, a Polícia Militar Ambiental embargou o local para que não ocorra nenhum tipo de utilização na área da agropecuária, visando à recuperação da vegetação nativa que foi atingida.
Procurada novamente pela TV TEM, a companhia disse que, após avaliação técnica , não tem responsabilidade pelo incêndio que atingiu propriedades da região de Marília e que já apresentou toda a defesa técnica e aguarda a decisão sobre o tema.
Área de recuperação em Garça (SP)
Polícia Ambiental/Divulgação
A Prefeitura de Álvaro de Carvalho informou que as áreas atingidas eram compostas por plantações de eucalipto e pastagens, e destacou que a orientação municipal é voltada à prevenção por parte dos proprietários rurais.
Já a Prefeitura de Garça declarou que o fogo teve início em uma propriedade localizada em Álvaro de Carvalho e, posteriormente, se espalhou para o distrito de Jafa e para áreas do município.
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