A Polícia Rodoviária Federal (PRF) apreendeu um carro de passeio com registro de roubo na tarde do último sábado, 12 de abril de 2025, em uma abordagem de rotina realizada na BR 101, na altura do km 268, no município de Santo Antônio de Jesus, interior da Bahia. A ação faz parte do trabalho contínuo de fiscalização que a PRF realiza nas rodovias federais.
Pontos Principais:
- PRF apreendeu Cobalt com placas clonadas na BR 101 em Santo Antônio de Jesus (BA).
- Carro tinha sido roubado em 2018 em Ferraz de Vasconcelos (SP).
- Motorista alegou ter comprado o veículo por R$ 20 mil sem documentação.
- Veículo fazia parte de um golpe conhecido como “Carro Finan” ou “Carro NP”.
- Condutor foi preso e pode responder por receptação e adulteração de sinal veicular.
O automóvel abordado era um Chevrolet Cobalt, conduzido por um homem de 42 anos. Durante a abordagem, os policiais constataram irregularidades nos dados de identificação do carro, o que levantou suspeitas imediatas. A situação foi confirmada após a realização de uma vistoria mais detalhada no veículo.

A origem do carro chamou atenção das autoridades, pois o Cobalt possuía placas clonadas de outro veículo do mesmo modelo. Através da numeração original do chassi, foi possível identificar que o carro havia sido roubado em junho de 2018, no município de Ferraz de Vasconcelos, estado de São Paulo.
Abordagem e confirmação das irregularidades
Durante a fiscalização, os agentes utilizaram um aplicativo de leitura para verificar o QR Code da placa, mas o sistema não reconheceu o código. Isso motivou uma checagem visual minuciosa. O trabalho técnico da equipe revelou que os caracteres identificadores do Cobalt estavam adulterados.
A adulteração do chassi foi fundamental para disfarçar a origem do veículo, mas os peritos da PRF conseguiram recuperar a numeração original. Com isso, foi possível consultar os bancos de dados policiais e identificar a queixa de roubo registrada há quase sete anos.
O motorista, que é residente na cidade de Valença, também na Bahia, alegou que havia adquirido o automóvel por R$ 20 mil. Disse que não conhecia o vendedor e não possuía qualquer documentação do veículo. Ainda relatou que foi orientado a procurar o banco para verificar a quantidade de parcelas que restavam do suposto financiamento.
Suspeita de golpe com veículo financiado
A versão apresentada pelo condutor remete a um esquema já conhecido das autoridades, popularmente chamado de “Carro Finan” ou “Carro NP”, sigla para “não pago”. Nesse tipo de golpe, criminosos utilizam dados de terceiros para financiar veículos novos ou seminovos em concessionárias.
Após a aprovação do crédito e a retirada do automóvel, o bem é imediatamente repassado a um terceiro, muitas vezes por valores bastante inferiores aos praticados no mercado. Nenhuma das prestações é quitada, o que leva à posterior busca e apreensão por parte das instituições financeiras.
Enquanto o processo judicial se desenrola, os veículos envolvidos nesses esquemas continuam circulando até que sejam localizados. A revenda de um carro nessa situação é considerada crime, pois envolve bens com restrição judicial e documentos forjados ou inexistentes.
Consequências legais para o condutor
Com a confirmação das irregularidades e o histórico de roubo, o homem que dirigia o Cobalt foi preso em flagrante. Ele foi conduzido para a Delegacia de Polícia Civil de Santo Antônio de Jesus, onde responderá por pelo menos dois crimes previstos no Código Penal Brasileiro.
O primeiro é o crime de receptação de veículo roubado, previsto no artigo 180. O segundo é a adulteração de sinal identificador de veículo automotor, previsto no artigo 311. Ambos os crimes podem resultar em penas privativas de liberdade.
A PRF reforça que a aquisição de veículos sem nota fiscal, sem documento de transferência ou com preços muito abaixo da tabela é um forte indicativo de fraude. A recomendação é que os consumidores façam sempre a consulta da situação do veículo em bases oficiais, como o Detran e o Sinesp Cidadão.
Como evitar cair em fraudes com veículos usados
A compra de carros usados exige atenção redobrada. O risco de adquirir um veículo com pendências judiciais, adulterações ou de origem ilícita é real. A checagem de dados e procedência deve ser feita antes da conclusão do negócio.
- Conferir o número do chassi e verificar se não há sinais de raspagem ou remarcação.
- Solicitar a documentação completa do carro, incluindo DUT e comprovante de pagamento de IPVA.
- Consultar o histórico do veículo em sistemas como o Sinesp Cidadão e Detran do estado de origem.
- Desconfiar de ofertas com preços muito abaixo do valor de mercado.
- Evitar comprar de pessoas sem referência ou em locais improvisados.
Em caso de dúvida sobre a procedência de um veículo, a recomendação é procurar ajuda especializada ou abrir um boletim de ocorrência preventivo. Isso pode evitar que a pessoa seja responsabilizada criminalmente por receptação ou outros delitos associados.
Recomendações da PRF ao consumidor
A Polícia Rodoviária Federal orienta que qualquer abordagem ou fiscalização que revele indícios de irregularidade deve ser registrada e acompanhada por um advogado. O consumidor que se considerar vítima de um golpe pode apresentar provas de boa-fé, como comprovantes de pagamento ou registros da negociação.
O órgão também destaca que operações como essa são parte de um esforço contínuo para reduzir o número de veículos irregulares nas estradas e combater a atuação de quadrilhas especializadas em clonagem de placas, adulteração de chassis e venda ilegal de automóveis.
A PRF segue intensificando as ações de fiscalização, sobretudo em trechos de rodovias federais onde há maior incidência de crimes relacionados a transporte irregular de veículos, tráfico de drogas e contrabando.
Fonte: Gov.
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