Empresa cria boia capaz de transformar as ondas do mar em energia

Elas dão movimento aos barcos, títulos aos surfistas e desafios aos nadadores. Estamos falando das ondas, que podem, agora, também gerar energia de forma renovável. Ao menos essa é a aposta da francesa Seaturns, que criou uma espécie de “boia” que usa o movimento das ondas para criar eletricidade.

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O flutuador cilíndrico foi testado no porto de Brest, na França, e obteve resultados animadores. Aliás, a ideia de gerar energia a partir das ondas é bastante promissora, de forma geral. Segundo dados da World Energy Council (WEC), essa fonte pode suprir até 10% da demanda global de eletricidade.

Mais de um ano de testes

Para testar a viabilidade da “boia” e sua verdadeira contribuição na geração de energia renovável, um protótipo do flutuador da Seaturns passou nada menos que 18 meses sendo testado na prática, em parceria com um instituto de pesquisa francês, o Ifremer.

Foto: Stéphane LESBATS/Ifremer / Divulgação

Durante mais de um ano, o equipamento vivenciou as mais diversas condições do mar — incluindo a passagem da tempestade Ciaran, que atingiu a Europa entre o final de outubro e o início de novembro de 2023, causando estragos em países como França, Inglaterra, Bélgica e Espanha.

 

O protótipo apresentou potência estimada entre 100 e 200 kW, resultado que mostra o potencial do dispositivo na geração de energia limpa e renovável. De acordo com a Seaturns, inclusive, a tecnologia pode representar um avanço significativo na diversificação da matriz energética global.

Para além de aferir o potencial do equipamento na geração energética, os testes também mostraram como o dispositivo deve afetar a vida marinha. Moluscos, algas e crustáceos se fixaram na parte submersa e nas linhas de ancoragem do equipamento. Segundo Martin Träsch, engenheiro do Ifremer, essas condições não afetaram de maneira significativa os movimentos do dispositivo.

Próximos passos para gerar eletricidade a partir das ondas

O protótipo de dimensões reduzidas foi essencial para que os desenvolvedores da novidade pudessem realizar ajustes no equipamento antes da construção de uma versão maior e definitiva.

 

Com a viabilidade técnica do projeto confirmada, a Seaturns planeja desenvolver um modelo de 14,5 metros de comprimento, 7,5 metros de altura e 42 toneladas. O novo flutuador deve instalado em Saint-Nazaire, na região do Pays de la Loire, na França, em julho deste ano.

Foto: Stéphane LESBATS/Ifremer / Divulgação

A Seaturns ainda planeja testar sua tecnologia em fazendas piloto entre 2026 e 2029, visando fornecer energia limpa a regiões isoladas. Se bem-sucedida, a comercialização começará em 2030.

 

O crescimento da iniciativa passará também por investimentos financeiros. Atualmente, a empresa busca parcerias e arrecadar 2,4 milhões de euros, cerca de R$ 13,8 milhões (conversão realizada em março de 2025), para expandir o projeto que, para a Seaturns, pode impulsionar a transição para fontes renováveis e reduzir a dependência de combustíveis fósseis.

 

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