Veja: cinegrafista de NÁUTICA flagra raia “albina” em meio a cardume

O cinegrafista de NÁUTICA, Victor Santos, está acostumado a fazer belos registros de embarcações e paisagens. Ele não esperava, porém, que durante um de seus trabalhos iria se deparar com um enorme cardume de raias-ticonha (Rhinoptera brasiliensis). E o mais surpreendente: em meio a centenas delas, uma se destacava pela possibilidade se ser albina.

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O flagra aconteceu no Saco do Céu, em Ilha Grande, no dia 3 de março. O cinegrafista conta que fazia imagens de drone quando, de repente, as arraias se aproximaram do barco em que estava. Assista:

 

 

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“Eram três cardumes muito grandes, com mais de 100 delas, talvez. Foi muito emocionante e gostoso, eu sempre estou no mar e sei o quanto é difícil ver esses animais”, conta Victor.

Me senti privilegiado e sortudo por ver tantas raias juntas, inclusive uma albina, que não é fácil de encontrar– Victor Santos, cinegrafista de NÁUTICA

A arraia é mesmo albina?

A coloração esbranquiçada da arraia em questão levanta a hipótese de que ela seja albina. Contudo, há uma outra condição da natureza que precisa ser levada em conta: o leucismo.

1º tubarão Oxynotus Centrina identificado com leucismo, na costa da Albânia. Foto: Andrej Gajić / Sharklab ADRIA / Divulgação

Ambas as condições são anomalias genéticas que afetam a produção de pigmentação em animais e humanos. O albinismo, porém, é caracterizado pela ausência total de melanina, enquanto o leucismo causa falta de pigmentação parcial ou geral.

Pinguim com provável leucismo flagrado em colônia de ilha no Atlântico Sul. Foto: Instagram @yves_adams / Reprodução

Geralmente, indivíduos albinos apresentam olhos vermelhos ou rosados e tem maior suscetibilidade a queimaduras e tumores de pele. Já os animais leucísticos podem ter os olhos azuis ou de coloração natural, e não são excessivamente fotossensíveis — pelo contrário, podem ser mais resistentes ao calor, já que a cor branca permite maior reflexão da radiação, reduzindo a absorção térmica.

Outra questão é que animais nessas condições podem ter dificuldades no meio selvagem, pois a sua coloração pode afastar ou atrair presas e predadores. Quem explica essas diferenças é o fotógrafo especializado em vida marinha, Frank Santos, que pode ter registrado a mesma raia em janeiro.

Raia “albina” foi vista em Ubatuba em janeiro

Frank Santos também fez o registro de uma raia-ticonha “albina”, desta vez, no sul de Ubatuba, no litoral norte de São Paulo, em janeiro deste ano. veja:

 

 

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À época, ele foi ao local em busca de um tubarão-baleia (Rhincodon typus), que havia sido avistado próximo àquela região.

 

“Infelizmente não achamos o tubarão-baleia, mas além de vários cardumes de raias-ticonha, vimos também algumas raias-mobulas (Mobula birostris), e muitas toninhas (Pontoporia blainvillei) no caminho”, escreveu ele na ocasião, em seu perfil no Instagram.

Tubarã-baleia. Foto: Pcowell / Envato

“Não podemos afirmar que é a mesma, já que não fizemos nenhum tipo de identificação que comprove isso”, explicou ele à NÁUTICA. “O ideal é que seja realizado um teste genético para termos um diagnóstico preciso”.

Mas as chances de avistarmos animais na natureza com essas condições são baixíssimas, aumentando a probabilidade de ser a mesma, ainda mais pela distância– destacou

Frank ressalta que o mergulho com esses animais não é proibido, “mas é necessário bom senso ao entrar na água, para não interferirmos no comportamento do animal. Geralmente, elas não permitem que cheguemos tão perto quando estão em cardumes e nadando próximo a superfície”.

 

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