Reunião do grupo de trabalho criado pelo MP aponta ações para preservar as tipuanas

O futuro das tipuanas que tombaram na Marechal Floriano entrou em debate na primeira reunião do grupo de trabalho criado pelo Ministério Público. O encontro ocorreu na tarde dessa segunda-feira, 10, na sede da Procuradoria-Geral do Município.

A secretária municipal do Meio Ambiente, Prissila Bordignon, e a subprocuradora-geral Marina Vetoretti coordenaram os trabalhos. Técnicos das pastas de Planejamento e Mobilidade Urbana e do Meio Ambiente também participaram, além de representantes do Conselho Municipal do Meio Ambiente e especialistas entrevistados pela Gazeta do Sul: o engenheiro agrônomo Clóvis Berger, o professor de Engenharia Florestal da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) Jorge Farias e o engenheiro florestal Juarez Iensen Pedroso Filho.

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Houve consenso quanto à manutenção dos quatro exemplares do trecho em obras na Floriano, próximo à farmácia da esquina com a 28 de Setembro. Farias destacou que as árvores vão brotar, mas é necessário observar como isso vai ocorrer. “Todas elas vão brotar numa escala de tempo diferente. Mas ela tem que ser equilibrada. Temos que analisar se vai ocorrer de um lado só, porque o que leva à queda da árvore é a relação entre o sistema radicular e ao volume de copa”, explicou. Na avaliação de Berger, é necessário escorar apenas uma delas. Trata-se da quarta árvore situada na esquina com a 28 de Setembro, que foi a última a tombar.

Os técnicos do Município destacaram que todas as intervenções – incluindo escoramento, podas e monitoramento – requerem uma formalização oficial, uma vez que não estavam previstas na obra. Os especialistas ficarão encarregados pela elaboração de um projeto com ações e orientações técnicas previstas. Eles irão compartilhar com a equipe da Prefeitura para apontar ajustes necessários para garantir que atendam às leis ambientais.

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Na avaliação dos especialistas que compõem o grupo de trabalho, a reunião foi produtiva. Destacaram o bom relacionamento e o diálogo com os representantes do Município, contribuindo para o avanço do debate. O vice-presidente do conselho de Meio Ambiente, Fábio Azevedo, acrescentou que todos agiram no intuito de resolver os trâmites burocráticos necessários e chegar a um consenso quanto ao futuro do Túnel Verde.

MP determina vistoria de cabos de energia

O encontro dessa segunda-feira foi resultado do inquérito civil instaurado pelo Ministério Público para investigar e prevenir danos ambientais devido à supressão das tipuanas, assim como evitar riscos aos cidadãos. Em novo despacho publicado ontem, o promotor Érico Barin afirmou que o Município terá dez dias para informar as primeiras conclusões a partir da reunião, além das próximas etapas para “assegurar a extração zero (ou mínima) de tipuanas que formam o Túnel Verde, com a manutenção da segurança da população”. O prazo para a resposta começará em dez dias. 

Barin ainda solicitou que a Rio Grande Energia (RGE) informe sobre existência de cabos de alta tensão que passam pelas copas das tipuanas, no trecho da Rua Marechal Floriano a fim de avaliar eventuais riscos. Conforme o despacho, as informações enviadas ao MP dão conta de que há trechos com cabos sem revestimento e que, em contato com as árvores, poderão energizá-las, desencadeando grandes correntes elétricas para a calçada. 

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O promotor determinou a realização de uma vistoria para apurar o fato. E, se for constatado, que sejam adotadas providências necessárias, que deverão ser reportadas em um prazo de dez dias à Promotoria de Justiça.

Árvores da segunda quadra passam a ser prioridade

Durante o encontro com os especialistas, a secretária de Meio Ambiente, Prissila Bordignon, destacou que, definidas as ações para preservar as tipuanas suprimidas, a prioridade fica por conta das árvores que formam o Túnel Verde no próximo trecho a receber as obras de ampliação, entre a Júlio de Castilhos e a Ramiro Barcelos. “O foco agora é nos anteciparmos na próxima quadra, para que não aconteça nenhum tipo de infortúnio”, destacou.

Ela destacou a necessidade de garantir a segurança dos pedestres. Sobretudo, dos estudantes do Colégio Marista São Luís, já que há dois exemplares em frente à instituição que, devido ao estado fitossanitário, têm risco de queda. A supressão das duas havia sido prevista por laudos anteriores.

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O grupo de trabalho definiu que a realização de podas nas duas antes da nova fase de revitalização, além de uma avaliação da saúde das plantas. Caso seja constatado que encontram-se em bom estado, elas serão escoradas e mantidas para a brotação. E, se estiverem comprometidas, serão suprimidas e novas tipuanas serão plantadas no local durante a primavera.

Além destes exemplares, o engenheiro florestal Juarez Iensen Pedroso Filho chamou a atenção para outra árvore próxima. Segundo ele, a tipuana está “muito comprometida”, pois parte da copa está sem vida. Diante disso, os especialistas vão analisá-la para orientar as futuras ações. 

Também foi definido no encontro que as tipuanas em situação de risco de queda serão podadas até o limite permitido por lei. O objetivo é reduzir o peso da copa para evitar o tombamento. 

Recuperação

Tipuanas suprimidas após o tombamento apresentam sinais de regeneração no trecho que está em obras

As tipuanas suprimidas nas proximidades com a esquina da 28 de Setembro começam a dar sinais de recuperação. Quem passa pelo local percebe a brotação no tronco das árvores depois de terem sido podadas. Para os especialistas, a imagem indica que a regeneração já iniciou.

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