Incríveis

Sou filho de uma mulher que decidiu mudar os rumos da família. No início da década de 1980, ela tinha uma certeza: os filhos precisavam de escola. No interior onde morava, o acesso à sala de aula era limitado e as condições econômicas, sociais e culturais poderiam ser um bom motivo para desistir. Mas não. Ela e o meu pai, ainda jovens, reuniram o que tinham e com os dois guris – meu irmão e eu – foram em busca do inesperado na cidade. Hoje, passados mais de 40 anos e com uma condição um tanto mais cômoda, compreendemos que aquela atitude da Noemi do passado fez a diferença, pois ela sabia que o fato de não ter tido as mesmas oportunidades não poderia ser motivo para repetir a história ou desistir de um sonho.

Ao meu lado, tenho uma esposa que é mais que uma parceira de vida e uma inspiração diária. Como mãe, a Verushka se desdobra em muitas para dar conta das demandas com nosso pequeno Antônio e de todas as questões que envolvem o dia a dia familiar. No trabalho, ela está sempre em busca de meios, técnicas e conhecimento para contribuir com a formação dos seus alunos. Não é à toa que, depois de duas graduações, mestrado e especializações, ainda segue estudando com o objetivo de acompanhar as transformações da educação em todas as suas dimensões. Ela sabe que, apesar dos pesares, esse é o caminho.

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Dos exemplos familiares, passando pelas avós, tias, primas, sem esquecer das professoras que ajudaram na minha formação, das amigas que compartilharam muitas histórias em diferentes momentos da vida e das colegas de profissão (no meu caso, do Jornalismo e do Direito), fica o reconhecimento a tantas mulheres incríveis. Em especial, a todas que fizeram e fazem parte da Gazeta ao longo de 80 anos.

O 8 de março, a ser celebrado amanhã, é um convite à reflexão. A data carrega consigo uma importância histórica indiscutível. Mas também deve ser um momento para deixar de lado modelos ultrapassados e discriminatórios em relação à figura feminina na sociedade, nos negócios, na política e onde quer que seja. Esse tempo já passou, embora ainda existam sujeitos que pensam diferente.

Cabe a todos, enquanto pessoas que se dizem evoluídas, entender a importância da data em todo o seu contexto para, de fato, demonstrar que avançamos a ponto de combater preconceitos e violências em todos os sentidos. O reconhecimento e a valorização da figura feminina, bem como o tratamento igualitário, devem ir além de um dia marcado no calendário ou de uma rosa acompanhada de um bombom e cartão.

Parabéns, mulheres.

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