“O Macaco” encara morte com terror e comédia

Todo mundo morre. Alguns partem de forma tranquila, enquanto dormem. Outros, de forma violenta e absurda.

A citação, proferida por uma personagem vítima de aneurisma literalmente explosivo, resume o enredo de O Macaco. A produção dirigida por Osgood Perkins (do elogiado Longlegs – Vínculo Mortal) está em cartaz nos cinemas de Santa Cruz em sessões especiais até esta quarta-feira, 5.

Em seu novo filme, Perkins adapta uma das poucas histórias de Stephen King que ainda não havia sido levada para as telonas. Contudo, a obra serve apenas como base e surpreenderá até mesmo os mais aficionados leitores do escritor.

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A premissa é a mesma: um macaco de brinquedo, trajado com uma jaqueta vermelha e equipado com baquetas e um tambor. Toda vez que alguém dá corda e o boneco termina de tocar, uma morte acontece de forma misteriosa.

Ele é descoberto pelos gêmeos Hal e Bill durante a adolescência. Após uma série de mortes bizarras de pessoas próximas, atribuídas ao brinquedo, decidem livrar-se dele jogando-o em um poço. No entanto, 25 anos depois, eventos violentos voltam a acontecer, obrigando os dois a se reunirem novamente.

Embora os fãs de terror queiram comparar a obra à franquia Premonição, que terá uma nova sequência nos cinemas em maio, O Macaco diferencia-se por não se levar a sério. Ciente da trama absurda, o diretor, que também assinou o roteiro, decidiu explorá-la unindo o horror e a comédia.

A partir disso, cada morte apresentada (e acredite, são muitas) torna-se um elemento risível pelo nível de exagero. Elas entretêm justamente pela maneira como cada vítima encontra seu derradeiro destino, sempre por um elemento absurdo, com muito sangue e vísceras.

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Após Longlegs, que chamou a atenção pela narrativa densa e macabra, que toma tempo para desenvolver os personagens, é satisfatório ver que Perkins tem senso de humor. Mais curto e objetivo do que em seu filme anterior, não tenta criar surpresas e investe na diversão.

O Macaco nos lembra qual é o principal motivo que leva o público a pagar um ingresso para ir ao cinema: entretenimento. Ao combinar o terror e o humor de maneira despretensiosa, torna-se uma boa programação para rir e se apavorar na telona.

A macaquice em excesso torna-se um mico

Por mais que a intenção de Osgood Perkins seja criar humor com o terror em O Macaco, nem sempre a tática funciona. De forma geral, o diretor e roteirista é bem-sucedido ao incluir a comédia nas mortes.

Entretanto, o excesso dela na narrativa e nos personagens nem sempre funciona. Talvez por ser um marinheiro de primeira viagem, os experimentos narrativos de Perkins nem sempre se mostram certeiros.

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Hal é o único personagem bem desenvolvido, com uma jornada mais dramática e compreensível diante dos traumas provocados após o encontro com o boneco. Os demais, entretanto, acabam sofrendo pela maneira como são explorados. Todos se comportam de maneira exageradamente irônica, tornando-se difícil criar empatia.

Até mesmo Bill, irmão do protagonista, é retratado como uma pessoa extremamente nojenta e asquerosa, sobretudo na adolescência, em um nível em que perde a graça.

Embora o filme consiga vender para o espectador a ideia de que um macaco de brinquedo é responsável por causar mortes e caos, o mesmo não pode ser dito do lado humano da história. Certos diálogos e acontecimentos não convencem e podem atrapalhar a diversão.

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Sem saber dosar o humor, Perkins acaba fazendo com que uma cena intencionalmente engraçada torne-se constrangedora (ou no caso, um mico). A forma como usa palavrões, por exemplo, soa infantil demais, como se fosse um adolescente da 5ª série que acabou de aprendê-los.

Macaquices à parte, cabe a cada espectador achar graça ou não das situações apresentadas no filme. Por mais que nem sempre o humor funcione, é louvável a intenção de Perkins em não limitar sua carreira a filmes excessivamente sérios e voltados a cinéfilos que querem analisar cada quadro.

Estando ciente dos seus excessos, arrisque-se e experimente assistir a O Macaco no cinema.

Onde assistir

O Macaco

  • De Osgood Perkins. EUA, 2025.
  • Com Theo James e Elijah Wood.
  • Gênero: terror e comédia.
  • Classificação indicativa: 18 anos.
  • Cine Santa Cruz – Sala 2: 18h30 (2D, dublado) e 20h30 (2D, legendado).
  • Cine Max Brasil – Sala 2: 19h45 (2D, dublado) e 21h15 (2D, legendado).

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