Aventuras à beira-mar

Neste momento em que os prezados leitores estão degustando estas mal traçadas, às vésperas do Carnaval – e às vésperas do início do “ano real” – estarei à beira-mar em território gaúcho. Longe de constituir em exibicionismo, o fato é uma raridade em minha vida profissional. Esta será a segunda vez em mais de 40 anos de carteira assinada que gozarei de 30 dias de folga.

A notícia é boa, mas exigirá resiliência, esforço e determinação deste humilde escriba para mudar de hábitos, ao menos temporariamente. Deixar de acordar cedo é, talvez, a mudança mais difícil de ser implementada. Há décadas desperto entre 5 horas e 6 horas. Além do chimarrão bem cevado e dos jornais do dia, tenho predileção em ver o amanhecer. A cada dia é uma paisagem diferente em todas as quatro estações do ano.

Os primeiros raios de sol, as nuances das cores do céu, a brisa ou minuano que anuncia uma nova jornada me hipnotizam todas as manhãs. É nesse horário que surgem as ideias que inspiram as crônicas e iniciativas a serem implementadas ao longo do dia. Pode parecer mentira, mas não é; quase sempre acordo de bom humor, o que valeu um comentário, um misto de elogio e crítica velada, de uma vizinha:
– O senhor levanta muito cedo, heim? E sempre acorda muito bem disposto porque todos aqui, em casa, ouvem o seu assovio. E o repertório é variado, vai de gaudérias a pagode, passando por música clássica e até sertaneja! – disparou a venenosa colega de condomínio.

Sou um “praieiro” convicto. Colono nascido na Bela Vista, interior de Arroio do Meio, no Vale do Taquari, não dispenso “botar o pé na areia”, longe de condomínios ou piscinas. Vou para a beira do mar lá pelas 10 horas, onde fico o dia todo. Lá pelas 17, 18 horas volto para casa, mas retorno às 19 horas para um mergulho reparador e para espantar a preguiça do anoitecer.

Na areia, o kit tem sempre a mateira de estimação que leva cuia, garrafa térmica e erva-mate de qualidade. Outro companheiro inseparável é o guarda-sol. Afinal, a natureza não me privilegiou em termos de quantidade de melanina. Meu bronzeado varia do branco total ao rosa-choque, seguidos de pele descascada. Jamais consigo um tom moreno. Paciência.

O cooler, nova versão da caixa de isopor, tem alça para carregar e mantém o gelo por mais tempo para as latas de cerveja e garrafas de água mineral. Também levo sanduíches de salamito e queijo. Para completar o “kit-praia” levo cadeira dobrável de inox, mais resistente à implacável ferrugem imposta pela maresia.
Tomara que a previsão da meteorologia, de uma nova bolha de calor pós-Carnaval, se confirme. E que eu consiga espalhar protetor solar por todo o corpo de maneira uniforme.

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