Mafrense está entre os possíveis substitutos de papa Francisco

Foto: Vandeville Eric/ABACA via Reuters

 

 

O estado de saúde do papa Francisco, de 88 anos, que segue hospitalizado desde o dia 14, continua gerando preocupação na Igreja Católica.

 

O pontífice foi internado devido a uma pneumonia nos dois pulmões. No final de semana, seu quadro clínico teve o acréscimo de insuficiência renal leve.

 

Caso Francisco renuncie ou venha a falecer, três cardeais catarinenses estarão entre os elegíveis para votar e até mesmo serem escolhidos como novo líder da Igreja Católica em um eventual conclave.

 

Entre os nomes de Santa Catarina, um mafrense, que já esteve entre os candidatos em 2013, mais uma vez aparece na lista: Dom João Braz de Aviz.

 

Nascimento e carreira religiosa

O religioso nasceu na localidade de Avencal do Meio, em Mafra, em 24 de abril de 1947. Ingressou no seminário em 1958 e cursou Filosofia e Teologia, concluindo doutorado em Teologia Dogmática em Roma. Ordenado padre em 1972, exerceu diversas funções pastorais e acadêmicas.

 

Em 1994, foi nomeado bispo auxiliar de Vitória e, posteriormente, bispo de Ponta Grossa (1998) e arcebispo de Maringá (2002). Em 2004, assumiu a Arquidiocese de Brasília, onde organizou o XVI Congresso Eucarístico Nacional e atuou na CNBB.

 

Em 2011, foi nomeado prefeito da Congregação para os Institutos de Vida Consagrada e Sociedades de Vida Apostólica, no Vaticano. No ano seguinte, tornou-se cardeal, recebendo o título pelas mãos do Papa Bento XVI.

 

Sequestro e tiro de escopeta

Dom João viveu um momento dramático em sua vida. Em outubro de 1983, foi sequestrado e baleado durante uma tentativa de assalto, mas conseguiu sobreviver.

 

Na época, quando seguia para uma igreja no norte do Paraná, foi obrigado a parar em uma ponte por um grupo de assaltantes que se preparava para roubar um carro-forte. O religioso não se identificou como padre e permaneceu refém até a chegada do veículo.

 

Ao interceptar o carro-forte, os criminosos dispararam com revólver calibre 38 contra os pneus, obrigando o motorista a parar. Em seguida, forçaram o padre a pedir dinheiro aos ocupantes do veículo. Durante a ação, um dos seguranças do carro-forte atirou contra ele a uma distância de 30 metros. O disparo de escopeta espalhou chumbo em várias direções, atingindo diversas partes de seu corpo, entre os olhos e o tornozelo. Os assaltantes fugiram.

 

Outros nomes catarinenses

Além de Dom João, outros dois catarinenses integram a lista de elegíveis como papa.

 

– Dom Jaime Spengler: nascido em Gaspar, em setembro de 1960. Ingressou na Ordem dos Frades Menores em 1982 e foi ordenado sacerdote em 1990. Especializado em Sagradas Escrituras, estudou em Jerusalém. Nomeado bispo auxiliar de Porto Alegre em 2010, tornou-se arcebispo metropolitano em 2013. Com forte atuação na Igreja Católica, destacou-se na CNBB, sendo eleito presidente em 2023, e no Conselho Episcopal Latino-Americano. Em 2024, foi nomeado cardeal pelo papa Francisco, consolidando sua influência na Igreja no Brasil e na América Latina.

 

– Dom Leonardo Steiner: nascido em novembro de 1950 em Forquilhinha, ingressou na Ordem dos Frades Menores em 1972 e foi ordenado padre em 1978 por Dom Paulo Evaristo Arns. Com formação em Filosofia e Teologia, atuou como educador e mestre de noviços. Em Roma, concluiu mestrado e doutorado em Filosofia e foi secretário-geral do Pontifício Ateneu Antoniano.

 

Como é o conclave?

O conclave é o processo que define o novo papa após a morte ou renúncia do pontífice. A eleição ocorre entre 15 e 20 dias após a vacância do cargo, reunindo cardeais com menos de 80 anos na Capela Sistina, no Vaticano.

 

Para ser escolhido, um candidato precisa de pelo menos dois terços dos votos. Se não houver consenso, novas votações são realizadas diariamente, intercaladas com momentos de oração. Caso a indefinição persista, a disputa se restringe a dois finalistas para uma votação decisiva.

 

O resultado é anunciado por meio da fumaça que sai da chaminé da Capela Sistina: preta indica que ainda não há um eleito, enquanto branca confirma a escolha do novo papa.

 

Durante todo o processo, os cardeais permanecem isolados e sem comunicação externa, garantindo total sigilo. O novo pontífice é apresentado ao mundo na sacada da Basílica de São Pedro, marcando o início de seu papado.

 

Adicionar aos favoritos o Link permanente.