CarMais – Edição da semana de 9 a 15 de janeiro de 2025

Ela de novo

Com os números finais de vendas de 2024 ainda não consolidados pela Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave), projeções apontam que o mercado brasileiro de carros de passeio e comerciais leves teve a venda de 2,48 milhões de unidades no ano passado, com crescimento de 14% em comparação a 2023. Entre os modelos, a picape compacta Fiat Strada liderou pelo quarto ano seguido, com 144.690 de emplacamentos, à frente dos hatches compactos Volkswagen Polo (140.155), Chevrolet Onix (97.148), Hyundai HB20 (97.053) e Fiat Argo (91.146), dos SUVs compactos Volkswagen T-Cross (83.976), Chevrolet Tracker (69.401) e Hyundai Creta (69.122), do subcompacto Fiat Mobi (67.391) e do SUV compacto Nissan Kicks (60.467).

No embalo do sucessor

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Entre as montadoras, a italiana Fiat manteve o primeiro lugar no ano passado conquistado desde janeiro de 2021, ininterruptamente, com 521.184 unidades vendidas e 21,02% de participação de mercado, seguida da alemã Volkswagen – com destaque para o Polo (especialmente na versão Track, o sucessor do Gol, líder por 27 anos) como carro de passeio mais emplacado em 2024 –, com 402.040 vendas e “market share” de 16,15%, da norte-americana General Motors (314.632 e 12,68%), da sul-coreana Hyundai (206.787 e 8,47%), da japonesa Toyota (203.647 e 8,22%), da francesa Renault (149.048 e 5,61%), da norte-americana Jeep (121.255 e 4,88%), das japonesas Honda (91.311 e 3,68%) e Nissan (87.413 e 3,53%) e da chinesa BYD, que só vende modelos eletrificados no Brasil, com 76.456 unidades emplacadas no país e “share” de 3,06%.

Tomada de liderança

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A BYD Auto Brasil encerrou 2024 com um crescimento impressionante em relação às demais montadoras, especialmente as estabelecidas há mais tempo no mercado brasileiro. A marca chinesa dominou com folga entre os carros 100% elétricos, liderou nos híbridos e apareceu em oitavo lugar no ranking entre as fabricantes em dezembro, terminando o ano na décima colocação – tudo isso com uma linha que inclui apenas veículos eletrificados no Brasil. Ao obter 10.091 emplacamentos em dezembro, a BYD superou sua própria marca de vendas em um único mês. Com 76.713 veículos comercializados no ano passado no mercado brasileiro, a empresa teve um crescimento de 327,68% em relação aos 17.937 emplacamentos de 2023. O mais impressionante da trajetória da montadora, que começou a vender carros no Brasil em 2022, é mesmo o domínio nos 100% elétricos, segmento no qual estabeleceu em 2024 a incrível proporção de seteem cada dez veículos vendidos no país. Lançado no início do ano passado, o subcompacto Dolphin Mini foi absoluto, se tornando o modelo elétrico mais comercializado no país já no mês seguinte de sua chegada, com 21.945 unidades emplacadas em 2024, enquanto seu “irmão mais velho”, o compacto Dolphin EV, foi o segundo mais vendido, com 11.491 carros.

A queridinha dos Estados Unidos

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A Série F da Ford encerrou 2024 como o picape mais vendida da América do Norte pelo quadragésimo oitavo ano seguido, sendo líder entre todos os tipos de veículos nos Estados Unidos com a F-150 há 43 anos, também ininterruptamente. No país norte-americano, a Série F é caracterizada por oferecer da F-150 ao caminhão F-600, com a picape tendo motorizações a gasolina, a diesel, híbridas e elétricas. No Brasil, a Série F é representada pela F-150, nas versões topo de linha Lariat e Lariat Black, equipadas com motor V8 Coyote de 405 cavalos, transmissão automática de 10 marchas, tração integral 4WD, diferencial traseiro blocante eletrônico e oito modos de condução. Além de carroceria feita em alumínio de alta resistência – de nível militar –, a nova F-150 passou a oferecer tampa da caçamba com abertura tradicional ou lateral, iluminação 360 graus, “head-up display” (com projeção das principais informações do veículo no para-brisa), itens de segurança e assistência ao motorista, como oito airbags, assistente autônomo de frenagem com detecção de pedestres, de cruzamentos e de manobras evasivas, piloto automático adaptativo com stop&go, monitoramento de ponto cego, sistema de permanência em faixa, assistente de reboque e sistema de conectividade FordPass, que permite dar partida, travar e abrir portas, receber alertas de alarme e localizar o veículo pelo celular, tudo remotamente.

Hora do adeus?

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Alguns modelos com longa trajetória no mercado brasileiro podem deixar a linha de produção em 2025. Um deles é o sedã compacto Nissan Versa, lançado no Brasil em 2011, importando do México, e que teve uma versão fabricada em Resende (RJ) com nome “V-Drive”, interrompida em 2021. Reestilizado recentemente, o Versa não deve ter um substituto na marca japonesa, pelo menos, no primeiro momento. O hatch compacto Renault Sandero (rebatizado depois para Stepway) também pode ter sua produção finalizada em 2025. O Stepway foi lançado no Brasil em 2008, um ano depois do Logan, os dois originados da romena Dacia. Lançado em 2016, o médio Jeep Compass, produzido em Goiana (PE), ficará no catálogo da marca norte-americana no Brasil apenas nas variantes a gasolina Blackhawk e híbridas, abandonando as movidas a diesel. Apesar das inegáveis qualidades, o Toyota Yaris, produzido em Sorocaba (SP), tanto na opção hatch quanto na sedã, sairá de linha em 2025, abrindo espaço na fábrica para o sedã Corolla, atualmente feito em Indaiatuba (SP). Na lista do “bota-fora”, está ainda o “jipinho” Suzuki Jimny Sierra, fabricado no Brasil pela HPE Automotores em Catalão (GO), nas configurações 4You, 4Sport, 4Style e 4 Expedition.

Com ou sem incentivos

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Atualmente, 15 das 27 unidades federativas do Brasil ainda não adotaram medidas para incentivar o uso de carros elétricos em seus calendários de pagamento do Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores (IPVA) de 2025. Os dados fazem parte de um levantamento feito pela Universidade Veiga de Almeida (UVA), das cidades do Rio e de Cabo Frio (RJ), sobre políticas públicas para a eletromobilidade no país. Entre os 12 Estados que oferecem algum incentivo no IPVA para veículos elétricos, há fragilidades limitadas por critérios restritivos. Em Minas Gerais, por exemplo, a isenção total do IPVA é concedida exclusivamente a carros elétricos ou híbridos fabricados no Estado – sendo que nenhum modelo 100% elétrico é produzido no Brasil. Nos Estados Unidos, enquanto o governo federal de lá oferece subsídios para a compra de carros elétricos, os Estados proporcionam incentivos adicionais significativos. Na Califórnia e em Nova York, são concedidas isenções de impostos estaduais e acesso a faixas exclusivas de alta ocupação. Em Paris, incentivos fiscais impulsionaram a renovação da frota veicular, com um aumento de mais de 40% na inserção de carros totalmente a baterias e híbridos desde 2019. Na Noruega, os elétricos são isentos em pedágios urbanos.

Retração na Argentina

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Principal destino dos veículos exportados pelo Brasil, a Argentina sempre chama a atenção no quesito vendas, até para efeito de comparação com o mercado brasileiro. Enquanto o Brasil emplacou quase 2,5 milhões de unidades entre carros de passeio e comerciais leves em 2024, uma expansão de cerca de 14% em relação a 2023, a Argentina teve 414.041 novos veículos comercializados, menos 7,9% em relação ao ano anterior. O “pódio” de vendas dos “hermanos” tem somente modelos fabricados no próprio país. Com um total de 29.681 unidades emplacadas, o hatch compacto Peugeot 208 – feito em El Palomar – ficou em primeiro lugar no país vizinho em 2024, “destronando” o Fiat Cronos, que caiu para o terceiro lugar, com 28.032 vendas. O sedã compacto da Fiat é produzido em Córdoba. Na vice-liderança no mercado argentino em 2024, ficou a picape média Toyota Hilux, feita em Zárate, com 28.988 unidades emplacadas. (colaborou o site argentino “MinutoMotor”)

Por Daniel Dias/AutoMotrix – Fotos: Divulgação 

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